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Arrastão: Os suspeitos do costume.

As escolhas políticas nunca não neutras

João Rodrigues, 12.09.10
“Nos últimos tempos, alguns sectores, com muito eco na comunicação social, têm repetido até à exaustão que os portugueses vivem acima das suas possibilidades. E eu pergunto: mas quais portugueses? Os que estão desempregados? Os que auferem o salário mínimo nacional? Os que se encontram no limiar da pobreza e que atingiriam cerca de 40 % da população se não fossem as prestações sociais e as ajudas do Estado? Os 57% que vivem com um orçamento familiar abaixo dos 900 euros? (…) [T]odos sabemos que o principal défice português continua a ser um défice social, um défice de emprego, um défice de justiça e um défice de solidariedade. Não devemos ocultar a realidade nem fugir às nossas responsabilidades (…) Continuamos a ser um país com muita injustiça e muitas desigualdades (…) O meu compromisso é claro: pelo meu passado e pelas minhas posições, os portugueses têm a garantia de que, se algum governo ou Parlamento, no futuro, pretender acabar com a Saúde Pública, a Escola Pública e a Segurança Social Pública, eu estarei contra e exercerei, sem hesitações, o meu direito de veto (…) O actual Presidente, com todo o respeito, quer pelas suas convicções quer pela sua prática, não pode dar semelhante garantia (…) Acresce que o senhor Presidente se referiu, recentemente, à presente crise como uma oportunidade para ajustamentos no factor trabalho. Curiosa expressão! Quero igualmente deixar claro que utilizarei todos os poderes de que dispõe um Presidente da República para impedir a liberalização dos despedimentos através da eliminação do conceito de justa causa. Como costuma dizer o professor Jorge Leite, a Constituição não é neutra e defende o elo mais fraco da relação laboral – o trabalho. Eu também não serei neutro.”

Manuel Alegre

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