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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Coppi. Fausto

Pedro Sales, 03.01.10



Fez ontem cinquenta anos que morreu Fausto Coppi. Elegante em cima da bicicleta como poucos, ou melhor, com a elegância permitida a quem subia os maiores cumes do ciclismo em más estradas e com bicicletas que pesavam quase o dobro das actuais, Coppi ganhou  tudo o que havia para ganhar da única forma que conhecia: à bruta. Menos de 15 ou 20 minutos de atraso era um bom dia para a competição.


Coppi não foi apenas Coppi. Foi também a sua rivalidade com Bartali, uma das mais intensas da história do desporto mundial, quando o ciclismo era o verdadeiro desporto do povo. Em quase quinze anos de competição, esta fotografia é o único momento de visível solidariedade entre estes dois representantes da profunda divisão entre uma Itália conservadora (Bartali) e moderna (Coppi). Mesmo assim, foi sol de pouca dura. Confrontados pela imprensa, os dois homens que já tinham sido suspensos pela federação do seu país por correrem um contra o outro nos mundiais e não para trazerem a camisola arco-íris para Itália, nunca se entenderam sobre quem é que passou a garrafa a quem.


No dia da sua morte, o editor da Gazzetta delo Sport disse que rezava a Deus para que a Itália voltasse a conhecer outro ciclista como Coppi. Ainda estão à espera.


Adenda: ainda sobre Coppi e Gino Bartali, vale a pena recordar a história de que fala o Pedro Adão e Silva neste post. Depois do assassinato do secretário geral do PCI, Palmiro Togliatti, e com a Itália à beira da guerra civil, conta-se que foi a vitória de Bartali no Tour de 48 que ajudou a eliminar as tensões políticas e a reunir os italianos. Os detalhes dessa história podem ser encontrados aqui.

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