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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Compram-se elogios

Daniel Oliveira, 30.06.06
“A Câmara do Porto decidiu impor regras na atribuição de subsídios, condicionando a sua atribuição à assinatura de um protocolo no qual as instituições ficam impedidas de criticar o município.”
“O primeiro subsídio (15 mil euros) ao abrigo deste novo protocolo foi concedido à Fundação Eugénio de Andrade, que ficou obrigada a "abster-se de, publicamente, expressar críticas que ponham em causa o bom-nome e a imagem do município do Porto, enquanto entidade co-financiadora da actividade da sua representada".” (Público)
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Pobre do político que tem de subsidiar o elogio. Rio Rio, que o nosso bom Pacheco Pereira sempre considerou um modelo de autarca, é como qualquer ditadorzeco. Ainda não percebeu que o dinheiro da Câmara não lhe pertence. Pertence aos contribuintes. Aos que gostam dele e aos que não gostam dele.

Como ter sempre razão

Daniel Oliveira, 30.06.06
Aqueles que passaram anos a acusar os críticos de George Bush de anti-americanismo primário deveriam reconhecer que o problema dos que agora elogiam a decisão do Supremo era, afinal, apenas com esta Administração.

Aqueles que passaram anos a desculpabilizar a existência de Guantanamo e os métodos usados para combater o terrorismo deveriam agora reconhecer que não tinham razão.

Aqueles que assinam por baixo todos os disparates desta administração não deveriam tentar dar a volta aos argumentos. É que assim é fácil. Quando têm razão, são óptimos. Quando não a têm, são ainda melhores. Sim, o sistema funciona. O sentido critico deles é que não.

Se esta é a vossa direita civilizada...

Daniel Oliveira, 30.06.06
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“A vereadora da Câmara de Lisboa Maria José Nogueira Pinto (CDS/PP), titular do pelouro da Habitação Social, levou anteontem a uma reunião do executivo municipal uma proposta de regulamento para acesso de jovens a um empreendimento cooperativo no Casalinho da Ajuda que explicitamente proibia imigrantes de se candidatarem a uma casa.” (Público)
Ao bom velho estilo sul-africano explicou: “Não podemos criar misturas explosivas".

Contradições

Daniel Oliveira, 30.06.06
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O que vale mais para a direita?
a) Esquecer a mão pesada contra os imigrantes para defender os direitos de uma mulher muçulmana;
b) Esquecer os direitos das mulheres e manter a politica de tolerância zero nas naturalizações.

Esta pergunta acabou de custar a vida ao governo holandês. É, aliás, a primeira vez que um governo de direita cai por causa de uma coisa tão insignificante como uma imigrante. Ayaan Hirsi Ali fica a saber com quem se meteu. É assim que acabam as alianças contra-natura. A direita tem mascarado a sua politica anti-imigração de combate pelos direitos humanos, pelos direitos das mulheres e pelos valores ocidentais. Quando as verdadeiras motivações e os argumentos de fachada se confrontam fica à nora.

Pelo menos o motorista lá do Ministério não se queixou

Daniel Oliveira, 29.06.06
«As populações, em geral, têm sabido compreender e aceitar os pequenos decréscimos de comparticipação medicamentosa e os pequenos acréscimos nas taxas moderadoras», disse, segundo o relato do Corta-Fitas, o ministro da Saúde no Parlamento.

Confirmo. Ainda outro dia ouvi, juro por Deus, este diálogo na farmácia:
«Sim, senhora doutora, claro que compreendo que depois da doutora me aviar a receita aqui fique a pensãozinha toda. Ainda outro dia o meu Zé me explicou que teve de haver pequenos decréscimos de comparticipação medicamentosa para reequilibrar as despesas galopantes no Servço Nacional de Saúde. E eu não sou nenhuma analfabeta. E ainda agora estava a vir do hospital com a minha mais velha. A que está agora a trabalhar ali no Pão de Açúcar, a Belinha, está a ver? Ela anda que não pode com as costas. E vinhamos ali do Santa Maria, a descer para Entre-Campos, e ela estava nhã nhã nhã, mais isto e aqueloutro, que está pela hora da morte e onde é que já se viu pagar esta dinheirama para estar cinco minutos com um médico... E eu disse-lhe assim mesmo como lhe estou a dizer a si, juro pela minha falecida mãezinha, senhora doutora: tu ganha-me juízo, Belinha. Então não vês que temos de compreender e aceitar este pequeno acréscimos nas taxas moderadoras. Estamos em tempo de sacrifícios para atingirmos uma desejável saúde orçamental, mulher. Ó queres que a gente não cumpra o Pacto de Estabilidade e Crescimento? É como o teu pai me disse - disse eu a ela -, se não fosse o senhor Correia de Campos este país só ía para trás. É que é assim mesmo como lhe estou a dizer, senhora doutora.»

O que nos vale é este bom povo.

As vantagens de Avatares

Daniel Oliveira, 29.06.06
Parabéns muito atrasados ao Avatares de um Desejo pelos três anos. Fosse comigo e, em tanto tempo, já tinha acabado com dois blogues e feito nascer outros tantos. O que, em bom rigor, foi exactamente o que fiz. Admiro a estabilidade. Não a conheço, mas admiro-a. Só que no caso do Avatares, a resistência não é a única vantagem. Ao fim deste tempo, ainda são de um desejo.

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