Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Arrastão: Os suspeitos do costume.

O fundamentalista anti-semita

Daniel Oliveira, 31.10.07
«O Estado laico tem vindo a afastar a Igreja da vida pública. A Igreja reagiu canonizando, no domingo passado, 498 mortos da Guerra Civil. Porém, um dos aspectos mais salientes desta luta é a intromissão dos judeus. Sempre prontos a encontrar uma brecha por onde possam entrar e dividir, os líderes judeus de toda a Europa - no mesma semana da canonização dos mortos pela Santa Sé - reuniram-se em Madrid para lembrarem os mortos da Inquisição espanhola e, segundo eles, celebrarem o reavivar da vida judaica em Espanha (vivem em Espanha 15 mil judeus). (...)

Foi na Península Ibérica que os judeus foram melhor acolhidos e tratados ao longo de toda a sua longa história, por entre os múltiplos povos e lugares em que viveram. É claro que, mesmo aqui, acabaram por dar motivos para serem expulsos, primeiro de Espanha (1492), e depois de Portugal (1521). Mas isso foi o que eles fizeram em todos os países que os receberam durante a sua história de milénios. E que voltam agora a fazer em Espanha, mais de cinco séculos depois. Está-lhes literalmente na massa do sangue.»

Pedro Arroja

Os factos II

Daniel Oliveira, 31.10.07

Quem escuta?

Daniel Oliveira, 31.10.07
20 mil escutas por anos: Polícia Judiciária, Polícia de Segurança Pública, Guarda Nacional Republicana, Polícia Judiciária Militar, Direcção-Geral de Contribuições e Impostos, Alfândegas, Tribunais, Departamento Central de Investigação e Acção Penal, os Departamentos de Investigação e Acção Penal e, se o governo conseguir, serviços de informação, Afinal de contas, quando falo ao telefone, quantos funcionários do Estado me podem estar a ouvir?

Dia não

Daniel Oliveira, 30.10.07



Todos têm o direito a não falar da sua vida privada. Sou o primeiro a aplaudir. Mas para isso é preciso que a mantenham reservada nos bons e nos maus momentos. Porque pela imprensa se nasce, pela imprensa se morre.

Para variar, a vida

Daniel Oliveira, 29.10.07
Acaba hoje o Doclisboa. Cerca de 30 mil bilhetes vendidos. Sobretudo para os filmes políticos. O Doclisboa foi apenas uma pequena sombra da impressionante produção de documentários actual. Não é difícil perceber porquê. De tanto nos querer entreter, o cinema "mainstream" de ficção aborrece. Infelizmente, a realidade parece ter-se tornado mais variada e surpreendente. Mas não é só o cinema. É o jornalismo. A fuga de leitores e espectadores da imprensa e da televisão para blogues e documentários resulta do mesmo cansaço: de tanto querer entreter, o jornalismo já só se consegue repetir.

Para se perceber o estado da arte vale a pena olhar para os Estados Unidos. E para o exemplo da Brave New Films, uma produtora dirigida por um ex-barão de Hollywood que se dedica a "documentários instantâneos" sobre a actualidade política. Num artigo publicado este mês na edição portuguesa do 'Le Monde Diplomatique' descreve-se o segredo: fazer muito barato e usar a Internet para promover e distribuir os filmes.

Em todo o mundo milhares de pessoas com uma câmara na mão e milhões de "bloggers" nos seus computadores mostram-nos uma realidade muitíssimo mais variada, profunda e contraditória do que encontramos nas salas de cinema e em frente à televisão. Seja para falar de política ou de qualquer outra coisa. Uns são excelentes outros são péssimos. Mas é nesta 'rede' que podemos hoje encontrar a mais impressionante resposta à ética do entretenimento. É cíclico: quando a anestesia parece geral há sempre uma reacção.

Muito complicado

Daniel Oliveira, 29.10.07
Seguindo a sugestão de um artigo que li na Internet, fiz este nteressante exercício: escrever, no Google News, em inglês, francês e alemão, "manifestação" e "Lisboa". Oito notícias sobre o protesto sindical de dia 18, em contraste com quase mil artigos sobre o resultado da cimeira, grande parte deles falando de "sucesso". Parece que se não houver violência 200 mil pessoas não chegam a ser notícia.Os eurojornalistas, que têm sobre a construção europeia o mesmo sentido crítico que os profissionais da 'Vida Soviética' emprestavam às suas prosas, incorporaram o espírito da coisa: a Europa é demasiado importante para ser deixada nas mãos dos europeus. Por isso, a opinião pública ou as organizações sociais são irrelevantes nesta matéria.

Seguindo esta linha, Luís Amado já explicou que este tratado é demasiado complicado para ser referendado. Vital Moreira foi mais claro: "Já experimentaram lê-lo? E acham que algum cidadão comum consegue passar da segunda página?" Sobre a União Europeia, os euro-entusiastas ainda dirão um dia uma coisa de semelhante à que ouvi de um amigo comunista, mais dotado de ironia do que é comum pelas suas bandas: "O socialismo era perfeito. O problema eram mesmo as pessoas".

Pág. 1/22