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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Empreendedorismo

Daniel Oliveira, 30.10.09
Há quem se espante com o baixo valor de 10 mil euros que, caso seja verdade, Armando Vara cobraria por mexer uns cordelinhos e fazer uns contactos para facilitar as coisas a um sucateiro. Mas vejam bem: o homem ganha 500 mil euros por ano para estar na administração do BCP onde, apesar de tudo, há de ter de fazer alguma coisa. Com cinquenta telefonemas ou reuniões num ano, cumprindo, ao que parece, as tabelas em vigor, consegue o mesmo valor. Como biscate não é mau. E só prova que, ao contrário do que se pensa, Vara não está acomodado ao seu lugar e às respectivas mordomias. Ele continua a ser um empreendedor. E isso deve ser valorizado.

Doc à 6ª: Guerra Fria (6) - Reds 1947-1953

Daniel Oliveira, 30.10.09
Continua a série "Guerra Fria". Com esta série de documentários o Arrastão quer assinalar os 20 anos da queda do Muro de Berlim. O documentário tem 24 episódios, é de Jeremy Isaacs e foi produzido em 1998 pela CNN e BBC.

O primeiro episódio foi sobre o período até ao fim da guerra; o segundo sobre os primeiros anos pós-guerra e a Europa nascida de Yalta; o terceiro sobre o Plano Marshall; o quarto sobre o bloqueio soviético a Berlim Ocidental e as pontes aéreas então criadas; e o quinto sobre a Guerra da Coreia.

O sexto episódio trata da propaganda nos EUA contra o comunismo e o ambiente de paranóia e medo, com especial destaque para o trabalho do senador McCarthy e a limitação de direitos cívicos. E, do lado da URSS, o terror estalinista contra o seu próprio povo.

É pioritário dizer que isto não é prioritário

Daniel Oliveira, 30.10.09
Hoje, no “Público”, lá estava um artigo de opinião sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Era de Jorge Bacelar Gouveia. Começava da mesma forma que tantos outros: que, perante uma crise económica, o tema não é prioritário. Mesmo que aceitasse que a igualdade de todos perante a lei não é sempre prioritária, este argumento deixar-me-ia perplexo. Permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo não exige recursos financeiros, não exige grandes esforços do Estado, não exige grande mobilização da sociedade. É questão que se resolve em duas horas, no Parlamento. Ora, as prioridades só são relevantes quando se tem de escolher e por isso hierarquizar. Tal não sucede neste caso. Alguém me explique em que é que a aprovação de um projecto que anula uma expressão na lei do casamento atrasa o combate à crise económica. A verdade é que o argumento da crise é de uma enorme preguiça intelectual e de uma razoável demagogia. Usa-se a crise para impedir a aprovação de qualquer coisa que nos desagrada sem ter de trocar argumentos sobre ela. Diz-se às pessoas: não gaste os seus neurónios com isto que há assuntos mais importantes na vida.

Claro que há um argumento possível, para quem acha que os portugueses, sendo pobres de cabeça, só conseguem discutir um assunto de cada vez: que perdendo tempo com o debate público deste tema a sociedade se distrai do que é fundamental. Mas então fica uma perplexidade: não perdeu o senhor Bacelar Gouveia o seu precioso tempo a escrever sobre um tema para explicar que ele não era prioritário? Não distraiu ele os leitores do importante combate à crise económica para falar de um assunto irrelevante? Pior: não o fez só para explicar que o assunto era irrelevante? Ou seja, não confessou o colunista que o assunto é para ele suficientemente importante para que nele gaste tanto latim e nos faça gastar a nós o tempo de o ler?

Mas o que é mais extraordinário é que, tendo como principal argumento o facto do assunto não ser prioritário, o senhor Bacelar Gouveia, que acha que os deputados não têm legitimidade para cumprir o programa com o qual foram eleitos há dois meses, propõe a realização de um referendo. Ou seja, propõe que o país se mobilize todo para um tema que ele próprio acha, por causa da crise económica, secundário.

Talvez seja altura destes activistas assumirem que este assunto é para eles tão prioritário como é para as associações LGBT. Só que no seu caso a prioridade vai para o chumbo da proposta. A dos outros vai para a sua aprovação. Por isso, talvez fosse melhor abandonar este recurso pouco sério à crise económica e assumir que, sendo contra ou a favor, se dá prioridade ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Se chegarmos a acordo sobre isto e deixarmos de tomar quem nos ouve e lê por parvo talvez seja possível fazer um debate sem truques.

entradas e saídas

Pedro Vieira, 30.10.09
no dia em que josé manuel fernandes assume pela última vez o cargo de director o Público publica no seu site um video captado por câmaras de vigilância onde se assiste ao homicídio de um homem, ao vivo e a cores,  a Verdade nua e crua, o jornalismo a favorecer o Real, naquele que é um passo extraordinário do jornal em direcção ao estatuto de referência em snuff-movies, acho óptimo, a internet está cheia deles e nem todos são legitimados pelo carimbo "de referência", aliás, a pornografia há muito que tinha entrado pelos editoriais a dentro, agora é só casar tópicos e desejar a melhor das sortes à nova direcção. só espero que o video não enerve os sócios do belenenses, caso contrário a estratégia snuff chic vem toda por água abaixo.

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Daniel Oliveira, 30.10.09
Deixei passar um dia mas não quero deixar aqui de recordar uma data: dia 28 de Outubro de 1999. Nesse dia, "activistas" de extrema-direita assassinaram José Carvalho, dirigente do PSR, mais conhecido pelos amigos como Zé de Messa (fábrica de máquinas de escrever, onde fora membro da Comissão de Trabalhadores). O seu assassino foi condenado mas conseguiu, sem grandes problemas, fugir da prisão. Depois disso esta gente criou um partido. Estiveram várias vezes envolvidos noutros crimes. Mas isso nunca impediu alguns comentadores de tratarem este bando perigoso como simples políticos a quem se tenta tirar a legitima liberdade de expressão. Em memória do José Carvalho e de Alcino Monteiro, teremos de continuar

Como dizia o outro, o grande problema deste país é rigidez das leis laborais

Daniel Oliveira, 29.10.09
"A Fleximol é uma empresa do Cartaxo que empregava 171 trabalhadores quando entrou em Lay-Off, no passado mês de Janeiro. Recentemente, os trabalhadores decidiram criar uma Comissão de Trabalhadores para enfrentar a situação difícil em que se encontram.

A Administração da Empresa teve uma resposta rápida e eficaz: Despediu todos os trabalhadores da Comissão Sindical e da Comissão de Trabalhadores, efectivos e suplentes. Juntou-lhes mais alguns (todos subscritores da lista vencedora) e chamou-lhe um despedimento colectivo. As razões eram variadas. Umas tão concretas como "falta de versatilidade", outras tão credíveis como "não sabe ler um cartão de trabalho", aplicadas a trabalhadores com mais de dez anos de casa.

O problema é que as normas que protegem os representantes dos trabalhadores só se aplicam nos despedimentos individuais. E como o despedimento colectivo, na nossa legislação, só precisa de justa causa em teoria (na prática, a lista de justificações permite invocar basicamente qualquer pretexto), o único recurso dos trabalhadores é a entidade que fiscaliza a legalidade das relações laborais (ACT), que, contactada por escrito há duas semanas através do Eng.º Pedro Brás, do Centro Local Lezíria e Médio Tejo, ainda não considerou oportuno pronunciar-se."

De José Gusmão, no Ladões de Bicicletas.

A última vítima da Fox News

Daniel Oliveira, 29.10.09

Para perceber este post é fundamental ver os vídeos.



A nova vítima da FOX News é a ACORN (site aqui), uma associação com dezenas de milhares de voluntários que faz um excelente trabalho nas comunidades mais pobres dos Estados Unidos e que está próxima do Partido Democrático. E, pecado dos pecados, conseguiu que muitos negros e pobres se registassem nas últimas eleições.



Desde então, os republicanos nunca mais os largaram. E, claro, a Fox News. A começar por uma suposta e falsa fraude eleitoral.



Agora, a campanha finalmente resultou. Os erros de meia dúzia de voluntários, entre milhares, (envolvidos num caso de prostituição) chegaram para que o órgão central da direita americana começasse uma campanha sem precedentes que já teve resultados. Daquelas que as grandes corporações nunca conheceram. A ANCORN perdeu os apoios públicos. No país que enterrou milhões em empresas responsáveis por mega-fraudes não deixa de ser irónico.



Atrás da ACORN está a FOX, é verdade, e os lobbies que não apreciam o seu trabalho. E se nasce uma campanha e se quebra, nos media, a espinha aos que incomodam interesses suficientemente poderosos para serem desafiados. No caso: os bancos, os empregadores que não querem o aumento do salário minimo e, claro, o Partido Republicano.



A ver se nos entendemos: a Fox é uma organização política. A sua liberdade de expressão deve ser defendida. Como a de qualquer órgão de comunicação social. Mas as suas campanhas devem ser combatidas politicamente.

Para perceber o que é a Fox News, aqui fica um caso. Apenas um. E em que é dito, de forma clara, o que é aquela organização do magnata Rupert Murdoch.



E deixo aqui, para quando tiverem tempo, um documentário antigo e longo sobre esta extraordinária organização. "Outfox" não é apenas sobre a Fox. É sobre o que está a acontecer às nossas democracias.

O clube

Pedro Sales, 29.10.09


Depois da intensa campanha mediática promovida pelo Partido Socialista destacando a presença de cinco ministras no Governo, sempre quero ver o que é que o PS  tem a dizer sobre os nomes apresentados por José Sócrates para as secretarias de Estado, onde, em 38 lugares, não é possível encontrar mais do que 5 mulheres. Ah, estou a ver, parece que o número permanece inalterado em relação à miséria de há 4 anos e temos direito à "novidade" de  uma secretaria de Estado da Igualdade. A julgar pela composição do Governo, parece que tem muito trabalho para fazer lá para os lados do Largo do Rato

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