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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Tony Blair e as sentenças da História

Bruno Sena Martins, 29.01.10
"Quando esta manhã Tony Blair entrar no Centro de Conferências Rainha Isabel II, junto ao Parlamento em Londres, ninguém vai lembrar o político que reformou o Labour e conduziu o partido a três vitórias consecutivas, ou o primeiro-ministro que presidiu a um dos períodos mais prósperos da economia britânica. Será o homem que arrastou o Reino Unido para uma guerra que a maioria já então não apoiava e cuja ilegalidade é cada vez mais evidente. À sua espera, terá familiares dos soldados mortos no Iraque e opositores do conflito, para quem a audição de hoje é uma derradeira oportunidade para sentar Blair no banco dos réus."

Deixo-vos em baixo com o discurso de demissão de Robin Cook (1946-2005), de 17 Março de 2003 (merece ser ouvido e re-ouvido). Como muitos se recordarão, Cook demitiu-se demarcando-se do governo de Blair por discordar da invasão do Iraque. Conforme poderão recapitular se tiverem 10 minutos para tal, trata-se de um momento de singular simbolismo histórico não só pelo substantivo da uma decisão cuidadosamente sustentada (a oposição à Guerra do Iraque), mas também pelo que a tomada de posição de Cook representa em termos de compromisso pessoal com uma dimensão ética em política: é essa dimensão que a cada momento define os limites de dissensão comportáveis pela lealdade a um partido, a um governo ou a uma ideologia. Cook já não está entre nós, mas este seu discurso absolutamente profético permanece, porventura,  como o texto mais marcante da contestação à invasão do Iraque.

"A História ficará estupefacta"



Parte 1 (5:47)


Parte 2 (5:48)


Adaptação parcial de um post publicado em 2008 no avatares de um desejo.

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