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Arrastão: Os suspeitos do costume.

O funcionário público

Daniel Oliveira, 02.07.05
OS PECADOS da Função Pública são o Viagra dos governos. Num país absolutamente injusto, onde só os assalariados e os trouxas pagam impostos, eles são o alvo fácil para satisfazer todos os que se sentem, e com toda a razão, mal servidos pelo Estado.

Todos sabemos que há, na função pública, um imobilismo desesperante, um desperdício vergonhoso, uma angustiante indiferença perante o empenho dos melhores. Eles existem e não são assim tão poucos. Os serviços do Estado têm de levar uma grande volta. Mas evitemos a demagogia. É claro que os funcionários públicos não devem ter privilégios. A questão política é saber se devem ser eles a perder direitos ou os restantes a ganhá-los. Infelizmente, ao falar apenas de «direitos adquiridos», os sindicatos têm sido pouco pedagógicos nas suas intervenções.

A questão, na Função Pública, como em qualquer empresa, é de liderança. Se quem dirige os serviços do Estado vai saltando de lugar em lugar, deixando atrás de si um rasto de incompetência, sem nunca responder pelo seu trabalho, quem pode avaliar os seus funcionários? Se o cartão partidário é meio caminho andado para trepar na máquina burocrática, como podem os trabalhadores do Estado acreditar no mérito? Se os governos e os seus comissários partidários são incapazes de definir objectivos claros, como podem os funcionários do Estado cumpri-los? Se o topo da hierarquia é distante e errático, como pode a base ser eficiente e rápida?

Numa empresa, como numa repartição pública, saber dirigir as pessoas é, antes de tudo, dar-lhes gosto pelo que fazem. E valorizar cada gesto empenhado. Mas não é isso que temos ouvido dos dirigentes políticos. Sempre desconfiei do patrão que culpa o empregado, do professor que culpa o aluno, do general que culpa o soldado. Geralmente, o incompetente é ele

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