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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Ocultar a dívida

Sérgio Lavos, 26.09.11

Parece que Alberto João Jardim e Angela Merkel aprenderam a gerir dinheiros públicos na mesma escola. E agora, será que a Alemanha vai ter de abdicar da sua soberania para poder cumprir os critérios de estabilidade? É que a partir dos 90% a dívida começa a esmagar o crescimento económico e a Alemanha parece que afinal já vai nos 185%, a um passo dos 186 da Grécia e distanciando largamente a Itália (120%), Portugal e a Espanha. Quererá a pátria de Frau Merkel entrar para o quadro de desonra do Euro?

As palavras são importantes

Daniel Oliveira, 03.02.08



Neste concurso, um espectador disse ao telefone que estava com pressa porque tinha de ir trabalhar. A apresentadora respondeu: «Arbeit Macht Frei» (O trabalho liberta), frase inscrita nas portas de vários campos de concentração nazis. E lançou uma gargalhada, perante o silêncio da sua colega. Quando voltou para o ar, pediu desculpas. Tarde demais. Foi despedida.

Isto é num país que leva a memória a sério. Cá, qualquer esboço de indignação com qualquer alarvidade que se diga conta imediatamente com a ira da brigada politicamente incorrecta. Cá somos todos porreiros e nada é para levar muito a sério. Nem memória, nem o que se diz.

Sou dos que defende que a liberdade de expressão é o mais importante de todos os valores democráticos. A lei não deve proibir que se diga nada. Somos nós, cidadãos, que devemos reagir com indignação aos que insultam a nossa memória. Porque a indignação também é um direito fundamental. E quando deixamos de nos indignar as maiores enormidades passam a ser ouvidas como se de coisas naturais se tratassem.

Oskar Lafontaine

Daniel Oliveira, 27.12.07


Ex-candidato a chanceler (em 1990), ex-lider do SPD (entre 1996 e 1999) e ministro das finanças do primeiro governo de Schröder, Oskar Lafontaine poderia ser descrito como uma espécie de Manuel Alegre alemão. Mas com duas grandes diferenças: tem ideias políticas claras e é consequente. Em 2005 abandonou o SPD e, com um grupo de sindicalistas, formou o WASG que por sua vez se coligou aos pós-comunistas do PDS criando o Die Linke. O Partido de Esquerda é, segundo as sondagens, a terceira força política da Alemanha. Uma experiência que devia fazer pensar a moribunda ala esquerda do PS. Porque seria isto impossível em Portugal? Talvez uma explicação: o PS não tem uma verdadeira base sindical. Essa é a sua originalidade: ao contrário dos seus congéneres europeus, não tem nenhuma tradição operária. E isso ajuda a perceber como pode existir um Sócrates quase sem oposição interna. Mas também vale a pena olhar para o sectarismo reinante no resto da esquerda (feridas do PREC?) para compreender o bloqueio em que nos encontramos. Voltando à Alemanha, vale a pena ler esta entrevista a Lafontaine (via 5 Dias). No "Público". O de Espanha, claro. Onde há pluralismo nos diários de referência.