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Só agora li a entrevista de Catalina Pestana ao semanário "Sol". Para além de voltar a envolver pessoas que nem julgadas foram, para além de garantir que tudo continua a acontecer depois de ela ter dirigido a Casa Pia, confessando assim que foi incapaz de proteger as crianças como era sua obrigação, para além de não esclarecer como não deu por nada do que acontecia na instituição enquanto dirigia um dos seus colégio, entre 1975 e 1987, Catalina Pestana demonstra um nível assustador de irresponsabilidade pública e inconsequência moral. Ou sabe coisas importantes e é para quem está a investigar que tem de falar, ou não sabe, apenas suspeita ou tem uns palpites a dar e é vergonhoso que use este caso para dar um ar da sua graça com as declarações bombásticas e sem consequências a que nos foi habituando.
Aquilo que Catalina Pestana deveria esclarecer é simples: enquanto esteve como provedora da Casa Pia o que fez para que a instituição mudasse? Está melhor? Em quê? Foi para essa difícil tarefa que foi nomeada. Ou não foi? E é sobre essa tarefa que tem de prestar esclarecimentos. Porque começa a ficar mesmo muito cansativo ver a quantidade de pessoas que usaram (e aparentemente continuam a usar) este dramático processo para se pôr em bicos de pés ou tratar de ajustes de contas e as poucas, entre as que o podiam fazer, que tentaram mudar alguma coisa. Catalina podia e devia. Cumpriu? Se diz que tudo está na mesma, não cumpriu. Deve responder por isso.