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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Pub

Daniel Oliveira, 09.01.08


Que nada tenho contra publicidade, é uma evidência para quem venha a este blogue. Tenho, por decisão própria, publicidade no Arrastão. Há quem já tenha manifestado aqui o seu incómodo pelo facto. O dinheiro que rende não mereceria esta decisão se ela se tratasse de uma cedência. Não foi necessidade económica. Os meus rendimentos profissionais chegam-me para viver, felizmente. Decidi ter publicidade porque acho que projectos que não estão no mainstream político não devem entregar, sem qualquer razão de principio, o mercado publicitário a quem já tem a parte de leão. E porque acho que devem contribuir para a sobrevivência de plataformas de blogues autónomas de grupos de comunicação (num negócio em crescimento) de qualidade. Devem ocupar o espaço que merecem para quando for necessário ser economicamente sustentável não começarem do zero. E devem contribuir para diversificação dos espaços. Ao contrário de outros, acredito que, com inteligência, até o mercado pode ser usado para o civilizar. Só se espanta quem desconhece as minhas posições políticas. É mesmo por uma questão de coerência que tenho publicidade. Se conheça os rendimentos que resultam desta decisão não duvidará.

Não tenho, nunca tive, nenhuma posição de principio contra a publicidade. Fui, aliás, por um curto espaço de tempo, publicitário. Não tenho nada contra comprar e vender coisas. Defendo limites e regras, apenas isso. Uma delas, cuja salvaguarda deve ser garantida, antes de mais, pelos meios onde a publicidade é publicada: ela não pode ser de tal forma intrusiva que dificulte a leitura, que secundarize a razão de ser de uma publicação e que desrespeite os leitores. Hoje, todos os jornais nos escaparates eram iguais. A publicidade de uma empresa de telemóveis ocupava o espaço que deve ser reservado às notícias. Escondia-as, num absoluto desrespeito pelos leitores e pelos jornalistas. Em alguns sites de notícias a coisa era ainda mais escandalosa. O anúncio seguia o cursor, de cada vez que o tentávamos mover, e era quase impossível fecha-lo. Esta publicidade da Optimus é estúpida, porque irrita o potencial comprador. E é humilhante para os jornais que a aceitaram.

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