Sem destino
Daniel Oliveira, 26.02.08
Ouvimos esta semana, na SIC, um superdirector-geral. Casos, esclarecimentos de pormenor, habilidades contabilísticas. Zero de política. Desde o dia em que chegou à liderança do PS que José Sócrates é incapaz de explicar para onde nos quer levar. Ele faz as reformas porque são 'necessárias'. É 'moderno' porque repete a última novidade, não porque nos antecipe coisa alguma. É 'firme' como quem faz "jogging": fica bem. Tudo verniz. Sócrates é isto: um gestor sem currículo, um homem com ambição mas sem projecto.
Nada do que vemos nele é relevante. É um tecnocrata sem dominar tecnicamente nada, é um político profissional sem descortinarmos uma ideia nos seus discursos redondos. Primeiro era rigoroso. Bastou um passeio pelo seu passado profissional para percebermos que é um trapalhão. Depois era firme. Basta aproximarem-se as eleições para vermos como a firmeza se desfaz. Agora será dialogante até isso deixar de funcionar. Só que nada disto tem o brilho táctico e lúdico que conhecemos, por exemplo, a um Mário Soares. Tudo baço, desinteressante e previsível. Porque tudo é feito em nome de nada, a não ser de uma vaga ideia de modernidade que nem ele sabe explicar o que quer dizer. Até os seus pecados do passado são entediantes, sem um propósito que não seja o de fazer pela vida.
Homens como Sócrates não têm um destino. Têm uma carreira. Serem eles a fazer as reformas que mudarão as nossas vidas é muito mais perigoso do que parece. Porque contra os burocratas da política não há argumentos. Eles vão com a onda. É da sua natureza.
Nada do que vemos nele é relevante. É um tecnocrata sem dominar tecnicamente nada, é um político profissional sem descortinarmos uma ideia nos seus discursos redondos. Primeiro era rigoroso. Bastou um passeio pelo seu passado profissional para percebermos que é um trapalhão. Depois era firme. Basta aproximarem-se as eleições para vermos como a firmeza se desfaz. Agora será dialogante até isso deixar de funcionar. Só que nada disto tem o brilho táctico e lúdico que conhecemos, por exemplo, a um Mário Soares. Tudo baço, desinteressante e previsível. Porque tudo é feito em nome de nada, a não ser de uma vaga ideia de modernidade que nem ele sabe explicar o que quer dizer. Até os seus pecados do passado são entediantes, sem um propósito que não seja o de fazer pela vida.
Homens como Sócrates não têm um destino. Têm uma carreira. Serem eles a fazer as reformas que mudarão as nossas vidas é muito mais perigoso do que parece. Porque contra os burocratas da política não há argumentos. Eles vão com a onda. É da sua natureza.