Estado nacionaliza banco laranja
O BPN tem uma base política clara, tendo ido buscar pessoas ligadas ao PSD. Para além de Oliveira e Costa, o CEO, e do líder do Conselho Superior, Rui Machete, também Dias Loureiro, Amílcar Theias, Daniel Sanches e Arlindo de Carvalho, todos ex-ministros sociais-democratas, estiveram sentados em órgãos sociais do grupo. Oliveira e Costa é ainda uma figura controversa, tendo estado associado a uma polémica de perdão de juros fiscais a empresários de Aveiro.
Há uma década no poder com Cavaco Silva, um belo dia os barões laranja decidiram criar um banco de negócios. Num país como o nosso, a coisa parecia fazer todo sentido. Se havia dinheiro para ganhar com o Estado,e havia, então que ficasse entre mãos amigas. Com o PSD solidamente instalado no poder, o lucro estava garantido. Só que o PSD deixou de cheirar o poder e o BPN ficou sem sentido que não o de garantir o emprego aos rapazes da Lapa. O caos financeiro há muito que era conhecido e as suspeitas de irregularidades acumulavam-se. A semana passada, Miguel Cadilhe decidiu "participar um conjunto de factos à Procuradoria-Geral da Republica por forma a que os mesmo sejam devidamente investigados". Curiosamente, parecem apenas envolver quadros médios da empresa. No dia em que os contribuintes vão pagar o experimentalismo financeiro laranja é caso para exigir que a culpa, como de costume, não morra solteira e exigir responsabilidades a quem enviou um banco para o abismo.
A vida não está fácil para Manuela Ferreira Leite.