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Arrastão: Os suspeitos do costume.

A bênção

Daniel Oliveira, 28.07.08
A biografia autorizada de José Sócrates foi finalmente lançada. O país esperava por este panegírico. Nada mais empolgante do que revisitar a vida de um homem sem passado e conhecer as reflexões de um líder a quem nunca ninguém conheceu uma ideia política. Para atestar das qualidades do biografado foram buscar os melhores padrinhos: Dias Loureiro e António Vitorino. E eles encontraram-lhe extraordinárias qualidades. Loureiro entusiasmou-se: "o optimismo de Sócrates faz muito bem a Portugal". Não se sente o caro leitor contagiado pela onda de esperança que o nosso primeiro espalhou do Minho ao Algarve? Temos Obama.

A escolha de Loureiro e Vitorino foi uma excelente metáfora. Os dois representam o centrão mais profundo: o dos políticos que depois de se retirarem saltitam por empresas; o dos consultores e administradores que se movem nos corredores do poder como se estivessem em casa; o dos comentadores que estão na política sem nunca lá estarem. São os homens que nunca estão em lado nenhum mas andam sempre por aí, num limbo em que não se sabe onde acabam os negócios e começa a política. Aí estão para abençoar o seu menino de ouro.

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