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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Reviver o passado nas Honduras

Daniel Oliveira, 28.06.09


Rejeitado por todo o mundo, dos EUA à Venezuela, o golpe militar nas Honduras é uma revisitação ao velho hábito dos militares latino-americanos se considerarem a si próprios como um Estado acima do Estado. Como árbitros (quase sempre em interesse próprio) dos jogos políticos e não como subordinados do poder democrático. Sempre prontos para corrigir os "erros" do povo e para devolver o poder à direita que tão bem lhes serve e que tem perdido nas urnas o que se habituou a conquistar nos quartéis. Nas Honduras, ache-se o que se achar do presidente eleito, é a democracia que está em causa. A América Latina conquistou-a depois de muito sangue. Uma coisa é contestar a constitucionalidade de um acto presidencial, outra é substituir a democracia pela força das armas para fazer chegar a presidente quem o povo ainda não escolheu. Quem defende o respeito pela Constituição num dia não pode, no dia seguinte, raptar e deportar um presidente eleito, tentar forjar uma demissão do próprio e nomear para presidente quem até acabou de perder eleições internas no seu partido. Um golpe militar numa democracia é um golpe militar numa democracia. E é de um golpe militar e de uma democracia que estamos a falar.

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