Tu, parasita do emprego criado
Helena Matos é jornalista. Que eu saiba (posso estar enganado), nunca criou uma empresa. Não sei como se atreve a ter opinião sobre o futuro do país e as grandes decisões do Estado. Como se sabe, a participação cívica deve ser exclusivo dessa nova classe de vanguarda que são os empresários. Os que, generosamente, até pagam salários (uma espécie de subsídio de beneméritos). E alguns ex-ministros, claro.
Mas fica a resposta à magna e sempre presente pergunta de Helena Matos: todos os que entre eles sejam competentes criaram emprego. Todos os trabalhadores que são produtivos criam emprego. Todos. Começa a ser um pouco cansativa esta ideia de que os empresários são os elementos activos da sociedade e que quem trabalha é um elemento passivo, à espera que o emprego seja criado, que o salário seja pago, que… Nesta novilingua, o trabalhador é, na realidade, um parasita. Trata-se de uma espécie de marxismo virado de pernas para o ar. Mas, cara Helena Matos, quem trabalha cria riqueza. E quem cria riqueza cria emprego.