Dar voz à Gandhi sarauí
A activista dos direitos humanos sarauí, Aminetu Haidar, está em greve da fome em Lazarote, Canárias, desde 15 de Novembro após ter sido expulsa do seu país, o Sara Ocidental, ocupado por Marrocos. A 13 de Novembro, Aminetu foi interpelada pelas autoridades marroquinas no aeroporto de El Aaiun depois ter recusado assumir a nacionalidade marroquina quando chegava das Canárias, vinda de Nova Iorque, onde recebeu o prémio da «Coragem Civil 2009» da fundação John Train. Detida no aeroporto Aminetu Haidar, conhecida pela «Gandhi sarauí», foi sujeita a um longo interrogatório e isolamento sendo de seguida obrigada a embarcar num avião que a conduziu a Lanzarote sem passaporte ou outra documentação.
Aminetu afirma que a sua expulsão foi planeada com antecedência, e garante dispor de provas, como um cartão de embarque para o voo em que foi colocada quando da expulsão do Sara Ocidental. A passagem tinha a data original de 21 de Novembro, mas parece ter sido alterado à mão para 14 de Novembro.
A 21 de Novembro cerca de quatro centenas de pessoas manifestaram-se em Lazarote em solidariedade com Haidar que reagiu, via telefone, agradecendo o apoio e informando que «nas zonas ocupadas» estão «mais de 300 mulheres em greve da fome» pela mesma causa.
Aminetu Haidar já recebeu os prémios Robert F. Kennedy 2008 dos Direitos Humanos, Silver Rose 2007 (Áustria); 2006 Juan Maria Bandres para os Direitos Humanos (Espanha), Andrei Sakarov e Ginetta Sagan Fund da Amnistia Internacional (secção dos EUA).
Enquanto durar a greve de fome o Arrastão continuará a dar informação e voz a esta mulher lutadora, corajosa e pacifista conhecida no mundo como "Gandhi sarauí". Infelizmente, muitos nobeis da paz têm sido desperdicados e seguramente a ela era devido um. Mas como a luta do do povo do Sara Ocidental não usa o terror como arma não faz capas de jornais.
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