Miguel Sousa Tavares garante que um dos autores da acusação anónima de que foi alvo é «bloguista do Bloco de Esquerda». Não será este jogo de adivinhas um pouco infantil?
align=center> Não tenho nenhuma paciência para os polícias da cópia. Antes de mais, porque é fácil manipular um texto para o fazer parecer um plágio. Basta escolher as citações certas. Lança-se a acusação e quem nunca leu nem o suposto plagiador nem o suposto plagiado compra-a imediatamente. Porque todos se pelam por uma boa intriga. Se o polícia é anónimo, como é o caso, então nem devia ser lido. O bufo é o mais desprezível dos répteis. Não deve ser premiados com a nossa atenção. Mas o meu problema com as acusações de plágio, tão em voga, é mais profundo: se quem copia faz melhor do que o copiado, não entendo o escândalo. Ficámos todos a ganhar. No caso de Miguel Sousa Tavares, não o estou a ver a copiar. Imagino que goste de se imaginar um génio – ele há tipos megalómanos – e não imagino que quem assim se vê copie. Apesar de não gostar da figura, estava finalmente preparado para vir em sua defesa . Até que Sousa Tavares abriu a boca. Para dizer que escreveu «um grande livro» e para ameaçar resolver a contenda à paulada. Que trate então do assunto à sua maneira. Não me meto em desacatos de aldeia.
align=center> Avigdor Lieberman pode entrar no governo de Olmert. O lider da extrema-direita israelita, que defende a saída de cidades árabes do estado de Israel, criando ilhas isoladas e retirando aos árabes a nacionalidade israelita, tem um discurso abertamente racista. Defendeu a execução dos membros árabes do parlamento que dessem sinais de apoio ao Hamas ou ao Hezbollah. A entrada de Lieberman no governo está a provocar indignação nos sectores moderados de Israel.
A propósito do Rivoli, alguns intelectuais em sabática constante voltaram ao tema da subsidiodependência da cultura. São os mesmos que não se cansam de explicar que este país é analfabeto, uma piolheira sem remédio, um atraso de vida. Os mesmos que nos mostram o que se faz “lá fora” e avaliam o país pelo prime-time da televisão. Os mesmos que querem defender o património construído com dinheiro público. Mas quando chega à produção cultural, aqui e agora, vêm em defesa do mercado, mesmo sabendo que o mercado português tem uma dimensão que torna o mainstream um produto para nichos de mercado e o resto para mercado quase nenhum. São os mesmos que exigem dos políticos menos populismo e mais impopularidade no momento das decisões difíceis. Os mesmos que querem uma escola que não siga as modas e não facilite. Mas quando chega à cultura, transformam o mercado num sufrágio democrático e acusam o Estado de subsidiar as elites. Mas a verdadeira razão da sua indignação é outra: o subsidio liberta a arte dos constrangimentos ideológicos do mercado, bem mais eficazes do que os do Estado. Se é a verdade que o Estado já dominou a cultura pelo dinheiro, hoje, em sociedades democráticas, paga mais vezes a quem o critica (refiro-me à critica ideológica, não à critica personalizada) do que o contrário. A arte é mesmo um dos poucos espaços de construção de hegemonia cultural em que isso acontece. O que tem consequências políticas. É apenas isto que lhes custa.
O aumento dos lucros do sector financeiro e as notícias de mais isenções fiscais para a banca levaram o ministro da Finanças a prometer medidas para que a tributação aos bancos seja igual à das outras empresas. Só no próximo orçamento, claro.