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Arrastão: Os suspeitos do costume.

A diversidade

Daniel Oliveira, 30.04.07
No seu texto de hoje, Helena Matos defende que não há qualquer problema na ida de Pina Moura para a TVI. A Media Capital é uma empresa privada e convida quem quiser. Mais: os empresários da comunicação social, ao escolherem, cada um deles, a linha editorial dos seus jornais e televisões, garantem a diversidade.

Esquece:
1. Que as televisões privadas em canal aberto são, por decisão do Estado, apenas duas. E dificilmente sobreviveriam se fossem mais.
2. Que há um processo de concentração da comunicação social que, caso sejam os empresários e não a direcção editorial de um jornal ou televisão a decidir a linha editorial do órgão de comunicação social, tende a limitar a diversidade de opinião e de informação. Diversidade e eficácia económica não são sinónimos.
3. Que os empresários têm interesses próprios e tenderão a defende-los, como é natural, usando para isso órgãos de comunicação social. Como se vê neste caso, o lucro não é a única motivação de um empresário. Linhas editoriais com público não encontram investidores e linhas editoriais sem público sobrevivem com facilidade. Não faltam exemplos. Espanta aliás a candura que sobra a muitos liberais quando falam das empresas de comunicação social quando comparada com as legitimas reservas que demonstram em relação ao Estado. Dar todo o poder editorial a empresários é entregar a democracia e o futuro dos governos nas mãos de quem tem dinheiro. E em mais ninguém.
4. Que a diversidade entre empresários de comunicação social, ou seja, entre gente com poder económico para garantir o nascimento e a sobrevivência de empresas de comunicação social, não representa a diversidade da sociedade.

Terá razão Helena Matos se aceitar mais poder aos jornalistas e direcção editorial de cada órgão de comunicação social para impedir a instrumentalização dos jornalistas e de jornais e televisões por quem os detém. E se defender leis que limitem a concentração da propriedade da comunicação social. Caso contrário, a democracia, a liberdade de expressão e a diversidade de informação dependerá apenas de quem puder pagar mais. Se é que não depende já.

A comunicação social é um bom exemplo de todos os equívocos dos ultra-liberais. Eles acreditam ou fingem acreditar que único poder que manipula e censura é o poder de Estado. Apesar das evidências.

Depois de Amália

Daniel Oliveira, 30.04.07


Num país onde tanta gente vive obcecada pela aparência e despreza o talento, não é qualquer um que pode cantar Frank Sinatra e Jacques Brel com uma orgulhosa pronuncia portuguesa e misturar Elis Regina com Tony de Matos. Indefectível, desde que me lembro de existir, do bom fado, foi com alívio que há uns anos descobri que depois de Amália não me restava apenas o faduncho de Cascais ou o outro a armar ao modernaço, mas sem chama nem memória. Camané não se limita a ser dono de uma voz e de uma força que nos deixa sem ar. Como Amália, arrisca e nada do que canta são apenas canções. A ir ver, no São Luiz, em Lisboa, até dia 6 de Maio.

Depois de Amália

Daniel Oliveira, 30.04.07


Num país onde tanta gente vive obcecada pela aparência e despreza o talento, não é qualquer um que pode cantar Frank Sinatra e Jacques Brel com uma orgulhosa pronuncia portuguesa e misturar Elis Regina com Tony de Matos. Indefectível, desde que me lembro de existir, do bom fado, foi com alívio que há uns anos descobri que depois de Amália não me restava apenas o faduncho de Cascais ou o outro a armar ao modernaço, mas sem chama nem memória. Camané não se limita a ser dono de uma voz e de uma força que nos deixa sem ar. Como Amália, arrisca e nada do que canta são apenas canções. A ir ver, no São Luiz, em Lisboa, até dia 6 de Maio.

Assim se vê a força da ignorância

Daniel Oliveira, 29.04.07


Eu vinha mais para o fim da manifestação do 25 de Abril e não ouvi. Mas soube por vários blogues (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui) que os sempre muito educados manifestantes da JCP vaiaram os representantes das várias organizações políticas quando estes subiram ao palco no Rossio. Entre eles, o do Partido Socialista. Tratava-se de Edmundo Pedro. Evidentemente um oportunista que nada tem a ver com o espírito de Abril. Aliás, não é a primeira vez que Edmundo Pedro se tenta infiltrar nos meios anti-fascistas sem ter sido convidado. Já no passado se enfiou no Tarrafal. Felizmente, desta vez, estavam ali os vigilantes "jotas", com o seu longo passado de resistência, para não deixar as massas serem enganadas.

O sectarismo é só o lado mais visível da ignorância. E mal está a organização política que faz de tamanha fraqueza força.

Assim se vê a força da ignorância

Daniel Oliveira, 29.04.07


Eu vinha mais para o fim da manifestação do 25 de Abril e não ouvi. Mas soube por vários blogues (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui) que os sempre muito educados manifestantes da JCP vaiaram os representantes das várias organizações políticas quando estes subiram ao palco no Rossio. Entre eles, o do Partido Socialista. Tratava-se de Edmundo Pedro. Evidentemente um oportunista que nada tem a ver com o espírito de Abril. Aliás, não é a primeira vez que Edmundo Pedro se tenta infiltrar nos meios anti-fascistas sem ter sido convidado. Já no passado se enfiou no Tarrafal. Felizmente, desta vez, estavam ali os vigilantes "jotas", com o seu longo passado de resistência, para não deixar as massas serem enganadas.

O sectarismo é só o lado mais visível da ignorância. E mal está a organização política que faz de tamanha fraqueza força.

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