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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Se é para ser telegráfico...

Daniel Oliveira, 30.09.07
Escrevi esta semana no "Expresso" que Sócrates é hoje «a vanguarda ideológica da direita» portuguesa, para explicar a falta de espaço e futuro do PSD. E dei-me ao trabalho de explicar porquê e em quê. Vital Moreira citou a frase e não se perdeu em grandes considerações políticas. Disse apenas que a frase devia entrar numa «Antologia do anedotário político».

Há poucos anos Vital Moreira estava contra quase tudo o que este governo agora defende. Apenas porque era o PSD que o propunha. Hoje faz a defesa cega de tudo o que venha de Sócrates, contrastando com o espírito critico da sua colega de blogue e militante do PS, Ana Gomes. Seguindo o exemplo telegráfico de Vital Moreira, respondo-lhe também de forma expedita:

Caro Vital Moreira, está a ver Vasco Graça Moura? O PS já tem o seu.

Novo Inquérito

Daniel Oliveira, 29.09.07
Porque ganhou Luís Filipe Menezes?

Porque o multibanco estava fora de serviço
Porque os apoiantes de Mendes adormeceram há uns anos
Porque Mendes Bota não cantou
Porque se o Porto é uma Nação, Gaia é um Império
Porque os sobrinhos de Isaltino foram todos votar
Porque Valentim Loureiro prometeu frigorificos a quem não votasse em Mendes
Porque sim

Votar na coluna da direita.

O refugo

Daniel Oliveira, 29.09.07
O PSD estava à beira de um precipício. Acabou de dar um passo em frente. Entre o intervalo e o abismo escolheu o abismo. Acabou num santanismo sem Santana. Ou seja, sem graça.

Luís Filipe Menezes representa o pior do PSD profundo: sem ideologia nem programa, refém de caciques. A oposição do PSD será de esquerda quando o vento sopra da esquerda, de direita quando o vento soprar de direita. O nível da sua campanha para as primárias é um cheirinho do que nos espera. Espera-nos o PSD dos autarcas.

Se acreditasse que Luís Filipe Menezes era um líder para ficar diria que o PSD se preparava para um crise de identidade sem remédio. Acredito que o seu arqui-inimigo, Rui Rio, ficará à espreita. E Rio Rio é o oposto. Um autoritário de uma direita liberal, um pequeno Sarkozy à pindérica dimensão nacional. Não aprecio o estilo, mas ele seria o que o PSD precisava: um dirigente com um perfil ideologicamente marcado. Menezes poderá fazer guerrilha, mas não construirá um exército para tomar o poder. Não tem nem nunca terá uma ideia política. Aliás, quem ouviu o seu paupérrimo discurso percebeu que Menezes tenciona fazer oposição a Sócrates pela esquerda. Um disparate de cálculo. O PSD arrisca-se a não recuperar o que perdeu e a perder o que tem.

Agora vamos aos problemas práticos que estão à frente de Menezes:

Menezes não é deputado. Com as alterações ao funcionamento do Parlamento, os debates com Sócrates ganharam importância. E com o líder do PSD fora da Assembleia é lá que Sócrates vai querer fazer os debates. Quem encontrará ali espaço para brilhar? Santana Lopes. Sobretudo tendo em conta que aqueles foram os deputados que ele escolheu. Ou seja, ou Menezes escolhe dar protagonismo quem lhe vai cavar o túmulo ou fica sem nenhuma voz de peso no Parlamento.

Segunda dificuldade: os pesos pesados do PSD estiveram calados. Suponho que assim continuarão. E enquanto Marques Mendes, mesmo sendo fraco, era um dirigente com dimensão nacional, Menezes terá um partido de anónimos ou de apoiantes transitórios.

Terceira dificuldade: Menezes fez toda a campanha contra Mendes defendendo aqueles que Mendes afastou com argumentos morais, fossem falsos ou verdadeiros. Isaltino já prepara o regresso. Os caciques virão cobrar a dívida.

Os militantes do PSD acharam que precisavam de um líder mais forte. Um erro. As próximas eleições já estão perdidas. O que o PSD precisava era de um líder sólido que estruturasse uma alternativa para daqui a seis anos. Uma alternativa de direita que empurrasse o PS à esquerda e recuperasse para o PSD o eleitorado do centro. Com Mendes adiava essa urgência. Com Menezes afasta-se dela.

Resumindo: fora do Parlamento, sem os pesos pesados, sem solidez política, entregue às exigências do pior que o PSD tem, Menezes será um líder forte de coisa nenhuma. Sócrates pode ignorá-lo como ignorou Mendes. Com uma vantagem: não se tem de cruzar com ele.

Quem ficará em dificuldades é Paulo Portas. Tem um concorrente no terreno populista. Ele é melhor, mas o seu partido é mais pequeno.

Uma direita ideológica e alternativa a Sócrates fica adiada. Mas, para dizer a verdade, talvez ainda não fosse o tempo dela. O programa da direita está a ser aplicado. É por isso mesmo que Manuela Ferreira Leite fica em casa. Sabe que a coisa está em boas mãos. Do PSD, nos próximos dois ans, virá apenas ruído.

Publicado no 31 da Armada.

Menezes quer a colaboração de um homem sem «estatura política» nem «ética»

Daniel Oliveira, 28.09.07
Luís Filipe Menezes acredita que vai vencer as eleições directas do PSD. O candidato à liderança do partido votou ao fim da tarde na sede do partido, em Gaia. À saída garantiu que amanhã vai ligar a Marques Mendes para lhe dizer que conta com ele:«Amanhã vou-lhe ligar e dizer que conto com ele para colaborar com futuro líder do PSD».

Publicado no 31 da Armada

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