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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Chávez lá fora. E cá dentro?

Daniel Oliveira, 30.12.07


Hugo Chávez foi escolhido pelos leitores do Arrastão como a personalidade política internacional que marcou o ano de 2007. Eu votei em Vladimir Putin.

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Seguindo a mesma lógica do inquérito anterior (saber quem foi relevante independentemente das simpatias de cada um, o Arrastão propõe que se escolha agora a personalidade nacional que marcou o ano de 2007. Dez nomes: Alberto João Jardim (pela reeleição reforçada depois de um braço de ferro com o governo), António Costa (pela vitória em Lisboa), Carvalho da Silva (como principal figura da oposição num ano de greve geral e de greve na Função Pública), Joe Berardo (por ter criado o caos na PT, no BCP, quase no Benfica e ainda ter inaugurado um museu com o seu nome), José Sócrates (pela presidência portuguesa, o caso Independente e, claro, mais um mandato como primeiro ministro), Luís Filipe Menezes (por ter corrido com Mendes sem que este tivesse chegado sequer a eleições), Mário Lino (por todo o debate à volta da Ota), Pinto da Costa (pelos sucessos desportivos e casos jurídicos e literários), Pinto Monteiro (pela sua chegada à PGR num ano em que a justiça voltou a estar no centro do espectáculo mediático) e Ricardo Araújo Pereira (pelo ano da consagração, com vários casos que deram que falar, como o de Marcelo e o cartaz do PNR). As escolhas são discutíveis, mas parecem-me equilibradas.

Fado, futebol e frango assado

Daniel Oliveira, 30.12.07
Ao ver na sexta-feira, na RTP 2, um episódio de um documentário sobre Chico Buarque (em que este se encontra com Ronaldinho Gaúcho em Barcelona, como dois génios se encontram para se admirarem mutuamente) e fala durante quase uma hora de futebol, não pude deixar de sentir esta superioridade do Novo Mundo, onde futebol, samba e poesia se misturam. E de sentir pena pelo tempo perdido por cá, em que intelectuais hiper-politizados desprezaram durante anos, com algum nojo, futebol, fado e toda a cultura popular que não fosse estritamente etnográfica. Em Portugal continua a não faltar quem pense que o "povo" está irremediavelmente alienado e embrutecido. Provinciana é a nossa elite. Felizmente, vai-se sentindo que alguma coisa está a mudar.

Álibi?

Daniel Oliveira, 29.12.07
«Líder da Al-Qaeda no Paquistão desmente envolvimento em assassinato de Bhutto»

Das duas uma: ou o líder da Al-Qaeda no Paquistão faz o contrário do que fazem todos os grupos terroristas e recusa os louros de uma acção da sua organização ou a Al-Qaeda é um excelente álibi para todos os que queiram matar. Num país que vende suspeitos de terrorismo a peso aos seus aliados não podemos esperar muito de investigações. Podemos esperar o que por ali é habitual: ditadores corruptos que dizem combater terroristas e terroristas que os dizem combater ditadores corruptos precisam uns dos outros para sobreviver.

Os meus blogues de 2007

Daniel Oliveira, 28.12.07
Esta é a lista dos blogues que mais gostei de acompanhar em 2007. Aqueles que, concordando ou discordando, consultei diariamente. Uma escolha pessoal que vale o que vale.

Zero de Conduta
Ladrões de Bicicletas
Blasfémias
Cinco Dias
31 da Armada
Renas e Veados
Sem Muros
Peão
Atlântico
10º A Causa Foi Modificada
11º Os Tempos que Correm
12º Kontratempos
13º Vento Sueste
14º O Tempo das Cerejas
15º Womenage a Trois
16º O BiToque
17º Irmão Lúcia
18º Mas Certamente que Sim!
19º O Insurgente
20º Causa Nossa

O sonso

Daniel Oliveira, 27.12.07

Oskar Lafontaine

Daniel Oliveira, 27.12.07


Ex-candidato a chanceler (em 1990), ex-lider do SPD (entre 1996 e 1999) e ministro das finanças do primeiro governo de Schröder, Oskar Lafontaine poderia ser descrito como uma espécie de Manuel Alegre alemão. Mas com duas grandes diferenças: tem ideias políticas claras e é consequente. Em 2005 abandonou o SPD e, com um grupo de sindicalistas, formou o WASG que por sua vez se coligou aos pós-comunistas do PDS criando o Die Linke. O Partido de Esquerda é, segundo as sondagens, a terceira força política da Alemanha. Uma experiência que devia fazer pensar a moribunda ala esquerda do PS. Porque seria isto impossível em Portugal? Talvez uma explicação: o PS não tem uma verdadeira base sindical. Essa é a sua originalidade: ao contrário dos seus congéneres europeus, não tem nenhuma tradição operária. E isso ajuda a perceber como pode existir um Sócrates quase sem oposição interna. Mas também vale a pena olhar para o sectarismo reinante no resto da esquerda (feridas do PREC?) para compreender o bloqueio em que nos encontramos. Voltando à Alemanha, vale a pena ler esta entrevista a Lafontaine (via 5 Dias). No "Público". O de Espanha, claro. Onde há pluralismo nos diários de referência.

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