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Arrastão: Os suspeitos do costume.

"insalubre" por oposição à sociedade "cristalina" que se vivia antes do vinte e cinco do quatro, altura em que todos trabalhávamos com o senhor general kaulza de arriaga. ou quase todos, vá

Pedro Vieira, 01.02.10

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Pedro Sales, 01.02.10
Para lá do espírito de claque que não tardou em se instalar, e que garantirá a val

convém dizer que ninguém parece sair nada bem neste folhetim Mário Crespo/Jornal de Notícias. O primeiro parece ter alguma dificuldade em compreender o alcance de "conversas privadas", o jornal, o mesmo que já publicou escutas em segredo justiça, ou divulgou imagens da sala de aula do Carolina Michaelis, indicando turma e professora, só parece ter percebido o alcance do direito à imagem quando chegou a vez do PM.

Publicar? Não publicar? Publicar!

Daniel Oliveira, 01.02.10
Sobre a não publicação no JN deste artigo de Mário Crespo:

1- Sou contra a divulgação de conversas privadas, mesmo que tenham acontecido num restaurante. Foi esta a minha posição quando o Independente revelou as conversas de Sousa Franco. Não mudou.

2 - Um jornal é criminalmente e civilmente solidário com o que um colunista decide escrever. Pode, por isso, decidir não publicar um texto. Tal decisão é no entanto de uma enorme gravidade e deve ser muito ponderada.

3 - A decisão deve corresponder a uma linha editorial do jornal que não tenha sido antes violada. Não se pode exigir a um colunista o que não se exige à própria casa. Pode o JN dizer que nunca prevaricou nesta matéria (conversas privadas ou, por exemplo, publicação do conteúdo de cartas anónimas)? Não, não pode.

4 - Tendo sido referido na conversa privada em causa, Crespo é parte interessada e tem, como colunista, legitimidade para a divulgar.

5 - Não tendo assistido à conversa, a divulgação do seu conteúdo, que lhe chegou por terceiros, é arriscada e é natural que o jornal pondere esse risco. O próprio Mário Crespo, sendo jornalista, deve ser sensível ao facto de estar a divulgar uma conversa privada que lhe chegou em segunda mão sem que os envolvidos fossem ouvidos. Cabia ao jornal alertar o colunista para essa questão (como o fez) e esperar pela sua decisão.

6 - Ainda assim, sendo a conversa sobre Mário Crespo, também a decisão da direcção do JN de não publicar o artigo é excessiva e, mesmo perante dúvidas, a sua publicação deveria ser o desfecho final pelo qual apenas Mário Crespo poderia ser moralmente responsabilizado caso essa conversa se revelasse falsa. No seu artigo, Crespo tem o cuidado de referir que foram várias as suas fontes. Seria normal que o JN confiasse nelas, mesmo mantendo-se a questão do contraditório, coisa que o próprio jornal poderia ter resolvido no dia seguinte ou no próprio dia, em trabalho à parte.

7 - Interessava saber quem é o "executivo de televisão" referido no artigo. Quando se fazem acusações dá-se nome a toda a gente e não apenas a quem não é do meio. Uma questão de coerência que falhou a Mário Crespo.

8 - O facto dos problemas surgirem sempre com os mais críticos do governo levanta fortes suspeitas (eufemismo) sobre quem decide o quê e porquê.

Desta vez safou-se o mordomo

Daniel Oliveira, 01.02.10

Perante uma comissão de inquérito, Tony Blair disse que não se arrepende. Voltaria a invadir o Iraque. E é natural que assim seja. O homem não mudou, honra que lhe seja feita: voltou, contra todos os testemunhos, evidências e provas, a mentir sobre as informações que tinha em relação às armas de destruição em massa. Há gente coerente na sua relação com os factos.

Mas a verdade é que será por essas mentiras, pelas mortes inúteis e pelos crimes cometidos no Iraque que será lembrado. As vitórias eleitorais e tudo o que tenha conseguido no Reino Unido tornaram-se insignificantes aos olhos do Mundo quando comparadas com esta guerra. Ninguém quer hoje aparecer colado à sua imagem.

George W. Bush é George W. Bush. E será recordado como o pior Presidente da história dos Estados Unidos. De tal forma que todas as qualidades que alguém pode imaginar num estadista quase se podem definir por oposição ao seu mandato. E para isso contribuiu de forma decisiva o atoleiro em que enfiou os EUA e os seus aliados.

José Maria Aznar saiu sem glória. Porque repetiu, na véspera das eleições, os seus dois pecados anteriores: a mentira, sempre ela, e o aproveitamento de um acto terrorista e dos traumas que ele causou para ganhos políticos de circunstância.

Se olharmos para o retrato das Lajes ninguém fica hoje bem na fotografia. E foi exactamente naquele momento que determinaram como seriam lembrados no futuro. Aí gravaram, da pior maneira, o seu epitáfio político.

Apenas um se safou: José Manuel Durão Barroso. Porque se portou melhor? Não. Porque era apenas um mordomo naquela festa. Ao contrário dos restantes, ninguém lhe deu suficiente importância para lhe exigir responsabilidades.

Para chegar onde está hoje, como para aparecer no retrato das Lajes, soube ver quem estava por cima. Usou a sua fraqueza para subir. Como provaram as escolhas de Catherine Ashton e Van Rompuy, a Europa gosta de dirigentes fracos que não façam sombra aos verdadeiros donos da União, os líderes das principais nações. A escolha de Durão Barroso, que encheu de orgulho o provincianismo nacional, limitou-se a confirmar essa tradição.

A prova da sua irrelevância é, curiosamente, a sua sobrevivência política depois do Iraque. Nunca ninguém quereria ouvir, como quiseram com Tony Blair, as suas justificações. Era só o mordomo. E nada mudou. Continua a ser apenas um mordomo.

Publicado em stereo no Expresso Online.

O candidato no centro do debate

João Rodrigues, 01.02.10

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