Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Arrastão: Os suspeitos do costume.

Usar os 7,5 mil milhões que estão ali para os bancos, em caso de eventual necessidade? Não dá. Implicava pedir autorização

Bruno Sena Martins, 31.10.12
Passos Coelho lembra aquela criança aflita por fazer xixi que, por vergonha (ah, a credibilidade), jamais pede à professora (Merkel) para ir à casa de banho. De facto, a única diferença está no epílogo: em vez de mijar as calças executa olímpico chuveirinho para o colega do lado (o totó do portuga).

Ratos

Sérgio Lavos, 31.10.12

 

Os deputados que vão votar hoje a favor de um orçamento de Estado criminoso comportam-se como os ratos que são, decidindo antecipar a votação para antes das 15h00, em vez das 16h/17h, assim tentando escapar à manifestação que está marcada para as 15h00 em frente ao parlamento. Atitude de rato é também a da presidente da Assembleia, a reformada aos 42 anos com uma pensão milionária, que aceitou o pedido da maioria, assim como parte do grupo parlamentar do PS, que se absteve na votação. Quem tiver a oportunidade de aparecer mais cedo em frente à assembleia, ainda poderá assistir ao triste espectáculo dos ratos a fugirem do navio que acabaram de afundar com a aprovação do OE. Neste momento, e mais do que nunca, sinto vergonha - não de ser português, mas de ter representantes eleitos como estes, a pior escumalha que nos podia calhar em tempo de crise. A cobardia não será perdoada.

 

Cada um dos deputados é responsável por o que nos acontecer

Daniel Oliveira, 31.10.12

 

Os deputados vão aprovar hoje a destruição do País. Com base em previsões macroeconómicas que são uma fraude descarada (apenas 1% de recessão para o ano e crescimento no segundo semestre), aprovarão o maior ataque fiscal de que há memória no nosso País. Não para garantir as funções sociais e de soberania do Estado (essas, diz-se, vão ser "refundadas"), mas para continuar a pagar, sem sequer tentar negociar, uma espiral de juros de uma dívida impagável.

 

Com este orçamento conseguirão destruir a classe média, acabar com o mercado interno, lançar centenas de Pequenas e Médias Empresas para a falência, agravar brutalmente o desemprego, asfixiar definitivamente a economia, garantir enormes perdas fiscais para o Estado (não há impostos sem economia) e adiar ainda mais um crescimento económico indispensável para o País pagar as suas dívidas e sustentar-se a si próprio. Este orçamento não é apenas socialmente criminoso. É irresponsável.

 

Os deputados representam os cidadãos, não representam partidos políticos ou governos. Cada um é deles é responsável pelo seu voto, que não é delegável em nenhum líder parlamentar. Nenhum deles se pode esconder atrás da disciplina partidária ou de declarações de voto inconsequentes. Cada um deles, nominalmente, será responsável por todas as consequências que este orçamento venha a ter para o País. Não vale a pena, daqui a um ou dois anos, criticarem as decisões que tomaram, como se elas lhes fossem estranhas. Este orçamento é dos deputados porque foi para isso mesmo que os elegemos a eles e não aos ministros. É o governo que lhes deve obediência, não o oposto.

 

Se aprovarem um orçamento em que, como já todos perceberam, não acreditam, os deputados que suportam a maioria terão de ser, cada um deles, responsabilizados por todas as consequências económicas, sociais e políticas que dele advenham. E se elas forem a que toda a gente com o mínimo de bom senso prevê, os portugueses não se devem esquecer dos seus nomes. Quem falha num momento destes não deve continuar na vida política. Nem como deputado, nem como ministro, nem como presidente de uma junta de freguesia. Em próximas eleições, a forma como cada um destes representantes dos cidadãos tiver votado deve ser exibida como o mais importante elemento do seu currículo político. Se soubessem que assim seria talvez pensassem duas vezes antes de votar.

 

Publicado no Expresso Online

Aprender com a Grécia

Daniel Oliveira, 30.10.12

 

O jornal alemão "Der Spiegel" deu a conhecer um relatório sobre a Grécia em que a troika propõe um novo perdão da dívida grega, desta vez para os credores institucionais. Claro que este perdão, a confirmar-se, vem tarde demais. Com a economia desfeita, será muito difícil para a Grécia conseguir recuperar. Ali já tudo se desfez.

 

Mas este perdão, como outras renegociações nos países intervencionados, é, mais uma vez, um aviso a Portugal. A estratégia do "bom aluno" faz com que sejamos o único País intervencionado que, no meio desta crise, é obrigado a cumprir tudo. Sem que com isso ganhe seja o que for. Caminhando a passos largos para a tragédia grega, chegará o momento em que seremos obrigados a renegociar a nossa dívida. A questão continuará a ser sempre a mesma: se essa renegociação será como este perdão grego, tão tardia que nada resolverá, ou se virá a tempo de permitir uma respiração para nossa economia crescer. Se, como a Grécia, apenas deixaremos de pagar alguma coisa quando já não tivermos como a pagar ou se, pelo contrário, servirá para nos reerguemos.

 

Tudo o que o Syriza defendia acabará por acontecer na Grécia: perdão de grande parte da dívida, fim do memorando. Só que, graças à coligação dos traidores da Grécia, acontecerá quando os credores já tiverem depenado um País inteiro. A pergunta que nos resta é esta: queremos ser a Grécia? Se continuarmos a ser governados por quem se recusa a defender o País e prefere representar os interesses dos credores, é isso mesmo que seremos. Para, no fim, continuando nesta espiral de endividamento e juros, não pagarmos na mesma o que devemos.

 

Renegociar de forma profunda a nossa dívida e denunciar um memorando que é uma sentença de morte já não devia sequer ser um debate. Devia ser um consenso nacional. Temos o exemplo da Grécia. É só aprender com os erros dos outros.


Publicado no Expresso Online

O orçamento suicida

Daniel Oliveira, 30.10.12

No âmbito da petição organizada pelo Congresso Democrático das Alternativas pela rejeição da proposta de Orçamento do Estado para 2013 (que já conta com cerca de 10.000 assinaturas), realiza-se hoje, 3ª feira, dia 30 de Outubro, um debate público sobre "Orçamento 2013: Rejeição e Alternativas".  O debate terá será Hotel Mundial (metro: Martim Moniz), a partir das 21h00 e contará com intervenções iniciais de: António Carlos Santos (Professor universitário e especialista em direito fiscal);  José Castro Caldas (Economista e investigador); José Guilherme Gusmão (Economista e ex-deputado); Pedro Delgado Alves (Jurista e deputado); Ana Costa (Economista e investigadora).

Pág. 1/11