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Arrastão: Os suspeitos do costume.

O Arrastão dos comentadores: A liberdade contínua, outra vez a estreitar

Arrastão, 30.05.10
Texto de Carlos Marques

Se me perguntarem se sou livre, pergunto à pessoa o que entende por liberdade. A palavra liberdade é, na minha opinião, a mais bela, a que todos desejam conhecer, mas ser livre tanto pode querer dizer não ser um escravo, como poder escolher uma de entre todas as marcas de automóveis, como não dizer o que me passa pela cabeça, como fazer o que me apetece, como poder fazer o que devo, como tratar a boa da liberdade como se fosse um troféu e não uma entidade que precisa de respirar, cercá-la por palavras sinistras, sobrecarregá-la com ideologias bem-intencionadas, ou pérfidas desde o início, e insistir em revoluções que mudem o mundo, acabando mais cedo ou mais tarde por tentar controlar até a natureza do que nos é mais íntimo – a liberdade de pensar. Em nome dela se cometeram atrocidades, muitos se enganaram, muitos desesperaram ou desapareceram para sempre nos absolutismos diversos que começaram a dizer que era por ela, que era tudo ou nada por ela. Com todas as mutações e apesar do que já lhe fizeram, a liberdade continua a resistir, está no meio de nós, tem a força de nos fazer sentir que uma coisa é amá-la, defendendo-a do desrespeito pela liberdade dos outros, e outra muito diferente é querer impor à sociedade o que alguns de nós pensamos dela. Vivemos tempos em que a única certeza é a morte e mais impostos, mas estamos vivos, graças a Deus.

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