Chama-se "Parva que sou" e é uma nova canção apresentada pelos Deolinda há dias no Coliseu do Porto. A música é boa, a letra é incisiva mas é a reacção vibrante do público que nos diz o essencial. Temos hino, temos ânimo, falta-nos mais combate.
Sou da geração sem remuneração / e não me incomoda esta condição. / Que parva que eu sou! / Porque isto está mal e vai continuar, / já é uma sorte eu poder estagiar. / Que parva que eu sou! / E fico a pensar, / que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar. / Sou da geração ‘casinha dos pais’, / se já tenho tudo, pra quê querer mais? / Que parva que eu sou! / Filhos, maridos, estou sempre a adiar / e ainda me falta o carro pagar, / Que parva que eu sou! / E fico a pensar / que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar. / Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’ / Há alguém bem pior do que eu na TV. / Que parva que eu sou! / Sou da geração ‘eu já não posso mais!’ / que esta situação dura há tempo demais / E parva não sou! / E fico a pensar, / que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.
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2 comentários
barlavento 31.01.2011
E quem são os outros?
É a família, o bairro, o concelho, o país. Ninguém pode estar bem, se todos os outros estiverem mal.
Entretanto tudo como dantes; um autarca, muito prestigiado, sai, acaba de fazer uma escolha e só pode ser do que é bom.
Deve estar enquadrado naquele circunstancialismo, de retirada estratégica, que permituiu as boas escolhas por exemplo; dos srs. Pina Moura, Cadilhe, Amaral, Coelho, Barreto, etc.
O povo, que não é parvo então canta, mas apenas isso; "Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte"! Pois é.