A lata
Não sei qual é a agência de comunicação que trata da vida de Paulo Portas e do seu PP, mas deve merecer todo o dinheiro que lhe pagam. As notícias de que continuaria a ser investigado por envolvimento em negociatas na compra dos dois utílissimos submarinos que abrilhantam as nossas forças armadas foram rapidamente sufocadas por uma lufa-lufa mediática de tirar o fôlego: ele é pressão ao Governo para apresentar o OE no parlamento, ele é escutar os anseios da geração à rasca - há oportunistas que aproveitam sempre o calorzinho primaveril para sair da toca - ele é o "apontar o caminho de saída ao primeiro-ministro". E tudo culmina numa comovente declaração de amor ao grande timoneiro por parte de Nuno Melo (esta vem do Correio da Manhã, via Bola, como deve ser). Imparável, o homem que mais fez pelo futuro da nação portuguesa adquirindo armamento que estamos a pagar agora, especialista em guilhotinamento de papéis e afins, o melhor representante do jogleurismo político nacional. Os inimputáveis são assim. E é disso que o meu povo gosta, como bem sabemos.