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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Bloco de Esquerda, mais claro do que nunca

Sérgio Lavos, 03.06.11

 

Enquanto o país se prepara para reflectir seriamente em votar no trio da troika e entregar o nosso destino a mãos sujas e estrangeiras, eu insisto em pensar no que terá corrido tão mal na constituição genética lusa para termos chegado a este ponto. Esforço vão, parece-me, e faria melhor em pensar no tempo que se seguirá ao acto de depositar o meu voto na urna. Urna que, de resto, simboliza na perfeição o que vai acontecer daqui para frente. Portugal, o morto-vivo, o cadáver adiado, entrega a execução das suas exéquias aos carrascos, a tal troika maldita PS-PSD-CDS. Há alternativas, há outras soluções? Só não vê quem prefere não ver, só não quer quem tem medo, a tal maldição de que padecemos, de que para sempre padeceremos. Eu, conservadoramente, voto no mesmo partido desde que voto, e voto porque esse partido continua a apresentar as únicas soluções viáveis para ressuscitar o cadáver. Vamos lá ver, quem poderá negar a evidência, uma vez mais: a alternância do centrão - com a intermitente parasitagem do partido do vice-rei Portas - é uma mortífera dança que, um pouco mais à direita ou voltando ao centro, nos foi conduzindo à cova. Já disse isto? Direi, e quantas vezes forem precisas, e recuso-me a aquiescer perante o queixume de quem vota sempre nesta troika do Inferno. Querem crise, pobreza, manutenção de privilégios, clientelismos, capitulação perante o poder económico, derrota? Votem PS, PSD, CDS. E daqui a 5 anos, quando o fundo for ainda mais profundo, quando afinal tudo ainda estiver pior do que agora, parabéns, tiveram o que escolheram. E apenas aceitarei o queixume de quem sofre com a manutenção da ordeira dança das cadeiras. Aos outros, nada. A única alternativa a esta tristeza é de esquerda.

 

(A imagem é da Gui.)

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