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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Eu preferiria que...

Sérgio Lavos, 16.07.11

 

Como todos sabem, Cavaco Silva é o meu Bartleby favorito. Desta vez, preferiria (ou gostaria, e nunca gostava, como ele disse, dado que neste caso é o condicional, e não o imperfeito, que deverá ser usado)* que o dólar fosse mais forte - ou o euro mais fraco, não se percebe muito bem - para que os países da Europa fossem mais competitivos. Portanto, Cavaco defende algo que o Bloco de Esquerda já defende há algum tempo. Muito bem. Só acho que gostar pode não ser suficiente, é uma espécie de amor que não convence. Quer dizer, a confissão de um desejo é algo vago, é como uma virgem sonhando com o príncipe encantado sem ter coragem de ir engatar ao Bairro Alto. Mas enfim, e como sei que o nosso presidente não é suficientemente temerário para, digamos, sugerir isso a quem decide - sabemos como a timidez é um problema que grassa entre as altas esferas do país - aconselho-o a tentar outras tácticas: rezar a Deus Pai Todo-o-Poderoso, prometendo uma via crucis de joelhos em Fátima, seria uma hipótese; também poder-se-ia pensar em macumba contra o Euro, mas o bruxo de Madrid, o tal que lesionou e tornou impotente Cristiano Ronaldo, já não está entre nós. Mas julgo que o professor Karamba ainda não se reformou. Que tal um olho gordo lançado ao Euro? Entretanto, pode-se ir entretendo com a santinha padroeira da moeda única; quem sabe se alguns dias de penitência e jejum de bolo-rei não comoverão a Santa Angela?

 

*Afinal Cavaco disse bem, "gostaria". Na notícia do Público (via Lusa) é que estava mal, "gostava". Transcrever uma declaração correctamente, será assim tão difícil? 

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