Contra a crise: Asfixiar
Anteontem, o Ministro da Saúde fez-nos saber que existem um milhão e setecentos mil contribuintes sem médico de família e que tem como objectivo cobrir esta lacuna do Serviço Nacional de Saúde até ao final do mandato.
Ontem, Paulo Macedo anunciou mais uma série de medidas que visam o corte da despesa na saúde, entre as que aqui foram comentadas, propõe que já a partir de Novembro, (curiosamente) o início do período crítico para quem sofre de problemas respiratórios, se acabe com comparticipação dos broncodilatadores e antiasmáticos. Medida que asfixiará, ainda mais, um milhão de portugueses - esses malvados que não sabem respirar de forma gratuita.
Hoje, não me admiraria se o “Senhor Poupança no Farelo para gastar na Farinha” viesse anunciar que tem o problema da falta de médicos solucionado. Dado que sem terapêutica preventiva e de controlo a esperança de vida de um asmático decresce, presumo que passe pela cabeça estapafúrdia deste iluminado, que o número de portugueses sem médico de família venha a ter um nível de redução bastante significativo, deixando de existir a necessidade de criar despesa com a contratação de clínicos. E mais, tendo como bónus a criação de emprego e movimentação da economia no sector funerário. Desta forma, asfixiam-se dois coelhos com uma só facada.