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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Ideias lebres para salvar Portugal (6)

Sérgio Lavos, 28.09.11

Premiar os melhores alunos nas escolas portuguesas, incentivando o trabalho e o mérito. Mas depois do trabalho feito, obrigar os alunos a abdicarem do prémio pelo qual tanto se esforçaram em prol de "famílas mais carenciadas". No fundo, incutir nas nossas crianças valores mais humanos do que a meritocracia ou a competitividade. E ainda bem que o sr. ministro, que, antes e depois de ser nomeado para a função, não se tem cansado de insistir na valorização destas características, mudou de ideias a tempo - na realidade, a poucos dias do acontecimento. Nem tudo está perdido.

17 comentários

fado alexandrino 28.09.2011

Este prémio não era mais do que replicar aqueles Quadros de Honra que exitiam nos Liceus antigos e que em certas casos causaram traumas tremendos nos info-excluídos.
Nao percebo como é que o Sérgio Lavos pode defender este tipo de descriminação.
Manuel 28.09.2011

Fado:
Viva o dito igualitarisnmo «socialista», todos diferentes todos iguais.
Mas a escola do Estado Novo é que era boa, lá é que se sabia tanto como um «Dr.» de hoje, e agora os QH já são maus.
Mau Maria, é conforme as conveniências?

Antonio Cunha 28.09.2011

É isto e aqueles paizinhos que dão prendas ao meninos porque passaram de ano, como se isso fosse um coisa do outro mundo.

É apenas a sua obrigação !!!

Também na educação é necessário fazer sacrifícios.

Mas se mesmo assim os pequenos petizes não perceberem o que se passa digam-lhes que isto é apenas uma pequena parte do que irá acontecer no futuro.

Vão passar uma vida a trabalhar e a descontar, para que depois apenas alguns pançudos recebem reformas por inteiro. Eles, os desgraçados talvez recebam umas migalhas para não morrerem de fome. Assim como "ássim" ficam já preparados.
jo 28.09.2011

No meu 9º ano, tinha um colega cujo pai lhe dava 5 contos por cada 5 que tivesse no final de cada período.

Não sei se o valor foi actualizado no secundário.

Entrou em medicina.

Em frança há um programa estatal que paga aos alunos para estes irem às aulas com majoração dependendo das notas que tirem.

Não concordo, por princípio.

Mas na sociedade que temos, não é admirar que um manfio até vá às aulas e até se esforce um pouco para tirar boas notas sabendo que com isso vai conseguir comprar as nike que tanto queria ou carregar o telemóvel.
MetroidSamus 29.09.2011

Até pq o impacto destes prémios no deficite era estrondoso. Assim, são logo dois coelhos numa cajadada - o pessoal aprende que ser bom aluno não é mais do q a sua obrigação (mas aí, onde entra a recompensa dos melhores?) e ainda metemos as contas públicas na ordem. Eu se fosse os alunos ou os respectivos pais, mandava mas era o Ministro, com cujas ideias tenho concordado em grande parte, limpar o dito cujo com os papelinhos que querem dar aos putos onde se diz que foram bons alunos. Que são bons alunos já eles sabem, caraças. Basicamente o que o Estado fez foi abanar com um chupa e no momento de o irem saborear dizerem-lhes: olhem meninos, fiquem com o pauzinho que o chupa fica para nós. Mas têm aqui um papelinho todo catita, impresso em A4 com umas letras giras que um(a) assessor(a) qualquer mandou fazer a dizer que vcs foram mesmo bons. Passem a palavra e até à próxima (trouxas).
Antonio Cunha 29.09.2011

Sabendo que o prémio era 500€ e que iria ser entregue a 1000 alunos dá um valor irrisório de 500.000€ euros.

Se para si meio milhão de Euros não é muito dinheiro.....
MetroidSamus 01.10.2011

Meio milhão de euros obviamente que é muito dinheiro. Mas em que vai contribuir significativamente para a nossa situação? Foram prémios prometidos a jovens que se destacassem no seu percurso escolar. Premiar o mérito, como muito bem defendia o Prof-. Nuno Crato. Era um sinal a outros jovens que o esforço até é capaz de compensar e que a comunidade o poderá reconhecer. Agora não há dinheiro para nenhum, o simbolismo desaparece, o agora ministro esquece o que o professor dizia, dá-se o sinal forte aos jovens que o Estado não é pessoa de bem e que mesmo que prometa premiar os melhores, no fim acaba por tratá-los como os menos bons com a diferença que lhes dá um papelinho. Não porque faltar à palavra dada vá resolver seja o que for, mas assim sempre se poupam 500 mil aurélios
Se acha que isto não é importante... (é empresário, não é? - tal como os alunos, é dever de cada trabalhador dar o seu melhor; mas experimente prometer prémios de desempenho e depois tirá-los e dar-lhes um papelinho e verá o que acontece; ou então espere apenas pela motivação intrínseca dos agora chamados colaboradores sem premiar os que mais se destacam com pilim ou outras coisas de que o pessoal gosta e conte-me depois como é)

Manuel 28.09.2011

Era uma vez um candidato a ministro que calcorreava o país a perorar contra o facilitismo e a defender o trabalho sério, o esforço pessoal, o saber e a justa compensação por esse trabalho e esforço. A mesma pessoa que promoveu anos a fio as Olimpíadas da Matemática e a participação dos alunos portugueses, onde arrecadaram prémios.

Eu conheço a ainda fraca exigência do sistema, mas, mesmo assim, há que continuar a distinguir o que de melhor existe e exigir cada vez mais trabalho e esforço, com a correspondente distinção pública que separa o suor da preguiça.

Eis que o candidato a ministro, agora no cargo, a primeira medida simbólica que toma neste aspecto é considerar o dinheiro dos prémios dos melhores alunos como gordura do Estado, fritando-a.

Quantos milhares de euros escorrerão desta frigideira? Era bom que se soubesse. Sempre darão para pagar a um assessor, dirão, sim, dinheiro bem empregue.

Bem prega Frei Tomás, faz o que ele diz, não o que ele faz.

Vejam por onde anda o safado do Sócrates, é ministro da Educação na Austrália, precisamente. Depois de ter introduzido o facilitismo entre nós (antes era o Paraíso), fez o mesmo agora lá. O que nos vale é que o nosso actual ministro da Educação está a pôr as coisas na ordem, cortando as gorduras do ME, começando pelos prémios escolares. Haja Deus!

Mensagem do atendedor de chamadas de uma escola australiana

http://youtu.be/Pb-AdW7NpSo (http://youtu.be/Pb-AdW7NpSo)
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JPT 28.09.2011

Portugal não é um Estado de Direito. Isso sabe quem sabe o que é um Estado e o que é Direito. Hoje foi mais uma amostra. O Estado pode reduzir salários (e eu acho que não só pode como deve, mas ai do empresário em crise que o fizer); pode pôr bolseiros e a trabalhar 10 anos e depois dizer-lhes "tchau aí" (mas ai do privado que despedir um trabalhador incompetente); pode pagar aos fornecedores quando lhe apetece; pode não nomear juízes para os tribunais fiscais enquanto se senta em cima do dinheiro; pode aplicar impostos retroactivamente, e até pode roubar um prémio a miúdos que tiveram boas notas - e até consegue pôr "magistrados" a defender a "legalidade" disto tudo. Só não pode (coitado) alterar os contratos com a Mota Engil, as reformas do senadores do regime, os "direitos adquiridos" dos patos-bravos e a presunção de inocência dos evidentemente corruptos. MIÚDOS, SE SÃO TÃO ESPERTOS COMO AS VOSSAS NOTAS SUGEREM: EMIGREM! Em tempo: se Portugal fosse um país de cidadãos, os pais e os professores das escolas onde esses miúdos estudam faziam uma colecta e pagavam-lhes o prémio roubado. A coisa ficava a menos de 1 euro por cabeça. Mas passará isso pela cabeça de algum deles?
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NunoMGF 28.09.2011

As 2 coisas com que discordo veementemente são:
- Avisarem a poucos dias da entrega dos referidos prémios que afinal o que estava prometido agora foi "desprometido". De agora em diante não haverá mas os compromissos assumidos têm de ser cumpridos.

- Invocarem a solidariedade para esta medida. Se fossem minimamente íntegros diriam apenas que era por falta de orçamento ou verbas por causa da troika ou da austeridade. Invocarem a solidariedade para com os "pobrezinhos" é muito brejeiro.
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Ricardo 29.09.2011

"No fundo, incutir nas nossas crianças valores mais humanos do que a meritocracia ou a competitividade."

Para incutir valores mais humanos do que a meritocracia ou a competitividade, já cá tínhamos o "Novas Oportunidades".

Desde quando é que meritocracia e competitividade são valores pouco humanos?

Qualquer dia este pessoal de esquerda vai-se lembrar de proibir o desporto. Onde é que já se viu promover daquela forma descarada a comptetitividade? E o que dizer dos jogos Olímpicos? Onde atletas dedicam toda uma vida a superarem-se a si mesmos?

Ou será que que "competitividade" e "meritocracia" só são palavras feias quando aplicadas num contexto económico ou escolar?

A cegueira ideológica é uma coisa tramada.
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