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Arrastão: Os suspeitos do costume.

O progresso

Sérgio Lavos, 22.08.12

A continuada aposta do ministro da Educação no regresso ao passado teve ontem mais um desenvolvimento. A meta de 50% de alunos inscritos em cursos profissionais, significa, para quem possa estar distraído, que Nuno Crato quer que 50% dos alunos que frequentam o ensino obrigatório não tente sequer entrar no Ensino Superior. Isto, num país com uma das mais baixas taxas de licenciados da OCDE, mas também simultaneamente aquele onde ser licenciado faz realmente a diferença na hora de obter emprego (dados de 2007). A aposta no Ensino Profissional acentua a desigualdade no acesso à Educação e sinaliza uma aposta num ensino elitista que facilita a vida aos alunos vindos das classes sociais mais favorecidas - as escolas privadas com contrato de associação viram os seus subsídios serem generosamente reforçados em 2011, num período em que o desinvestimento na escola pública é evidente e quando o memorando da troika obrigava claramente a que esses apoios fossem reduzidos*. E, se olharmos bem para os cursos oferecidos, ainda se torna mais absurda e retrógada esta salazarenta política educativa: comércio, bens transacionáveis, restauração, indústria; precisamente as áreas da economia que mais estão a sofrer com a catastrófica política do Governo PSD/CDS. Será Crato um genial visionário, ou apenas um idiota preconceituoso e alienado do mundo em que vive?

 

*Acrescentada informação, seguindo sugestão de alguns comentadores.

5 comentários

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    makarana 22.08.2012


    "Claro que podíamos aprofundar o sistema que tem vigorado em Portugal, continuando a formar milhares de licenciados em humanidades que vão directos para o desemprego."
     
    E a solução passa por obrigar os alunos a serem todos engenheiros e técnicos? Jem: isso é uma forma de planeamento quinquenal da educação, quando cada aluno é aboslutamente livre de escolher o que quiser,e se quiserem ir para humanidades, são livres de tal.Ficam depois no desemprego ? Mas quando chegamos a uma determinada idade , esse problema passa a ser apenas do nosso foro e não de uma entidade governamental isto é, se eu for para um curso que eventualmente resulte no meu desemprego, o estado não tem nada haver com isso e nao tem que interferir nessa matéria
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    Rafael Ortega 23.08.2012

    " se quiserem ir para humanidades, são livres de tal.Ficam depois no desemprego ? Mas quando chegamos a uma determinada idade , esse problema passa a ser apenas do nosso foro"

    se o contribuinte paga, então é também problema de todos que se esteja a formar um exército de pessoas sem qualquer hipótese de um trabalho que vá além do balcão de uma loja.
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    makarana 23.08.2012

    rafael: há areas com mais emprego do queoutras, mas o estad não me pode obrigar a escolher o caminho da minha felicidade e a minha vocação
    O que o estado deve fazer é garantir que a politica economica seje eficaz: que baixe realmnte a desesa,que liberalize, que baixe a enorme carga fiscal, foi isso que os paises esevolvidos fizeram, em vez de aumentaram os impostos e de nao fazerem puto de reformas.Essa é a função do estado, não de planificaram.
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    Rafael Ortega 23.08.2012

    Naturalmente que o Estado não deve dizer o que é que cada um gosta ou quer seguir, mas pode não abrir alguns milhares de vagas em cursos com muito pouca saída.

    Não estaria a impedir ninguém de seguir o seu sonho. As pessoas que quisessem mesmo esses cursos teriam que se esforçar mais para obter a vaga, apenas isso.

    Evitava-se que largos milhares de indivíduos terminassem o curso e ficassem sem nada para fazer na sua área de formação.
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