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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Histórias do tempo em que os animais falam

Miguel Cardina, 23.09.12
A fábula da cigarra e da formiga, que o ministro Miguel Macedo decidiu evocar para falar dos portugueses, é uma outra maneira de glosar um velho dito conservador: "as pessoas querem emprego; trabalhar é que ninguém quer". A verdade é que os níveis actuais de desemprego, a desregulamentação do trabalho e a imposição constante de cortes nos salários e nas pespectivas laborais, encarregaram-se de evaporar o tal chavão das conversas. Como é sabido, mesmo a mais insidiosa expressão de dominação ideológica necessita de alguma plausibilidade, o que não é manifestamente o caso. Que um ministro se apoie nela para tentar recuperar algum apoio popular não é só uma tontice. É também uma forma de reforçar aquilo que já se sabia: este governo perdeu a noção da realidade. Ou seja, do país.

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