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Arrastão: Os suspeitos do costume.

A canalha

Sérgio Lavos, 26.12.12

Curioso é também o êxtase pouco comedido da direita sabuja - que andava caladinha que nem ratos prestes a fugir do navio desde que os números da economia entraram em queda livre e sobretudo desde que a incompetência do impressionante Gaspar e o seu manga-de-alpaca Coelho se tornou demasiado evidente para continuar a parecer inteligente defender as medidas do Governo - e agora dá pulinhos de alegria com o número do intrujão Baptista da Silva - sim, sim, são os mesmos que defendem (ou pior, se calam com) a "licenciatura" do Dr. relvas - e rasgam as vestes pedindo a demissão de um jornalista íntegro como Nicolau Santos, que teve o pejo e a honra de admitir um erro - crasso - e pedir desculpa por isso.

 

José Manuel Fernandes, por exemplo, que, para quem não saiba, foi corrente de transmissão da* intentona das escutas de Belém (uma vergonha não só jornalística, mas sobretudo pessoal), tem sido dos mais activos na campanha. O Blasfémias e o Insurgente também ressurgiram das cinzas, jogando a cartada com toda a má fé e sem qualquer vergonha na cara.

 

Compreendamos o desespero: desde a estrondosa derrota da TSU que esta gente andava mansa que nem cordeiro. Aparecer um tipo mitómano que por acaso diz o que neste momento é quase unânime (o problema, claro, não é o que Baptista da Silva disse, mas as suas falsas credenciais e a falta de rigor dos media que lhe deram voz) é uma oportunidade de ouro para tentar descredibilizar a mensagem anti-austeridade. Não interessa que economistas de esquerda e direita sejam praticamente consensuais nas suas opiniões, não interessa que o FMI, a Comissão Europeia e o BCE tenham uma posição neste momento muito mais moderada em relação à austeridade na Europa, não interessa que até Merkel esteja a ceder na Grécia, na Espanha, na Irlanda. O que interessa a estes sabujos é continuarem a ladrar em defesa do Governo e da sua política de destruição do país, uma política cada vez mais isolada no seio da Europa, de um Governo que se recusa a ter uma palavra sequer de defesa do país nos organismos europeus e se preocupa apenas em fazer os seus negócios para o pós-eleições. Um presentinho de Natal para a canalha, um êxtase precoce de gente sem espinha e sem carácter. Bom proveito.

 

*Alterado. José Manuel Fernandes não foi arquitecto da intentona, mas sim Fernando Lima, assessor que acabou por ser afastado por Cavaco Silva. O seu a seu dono. JMF (em conjunto com Luciano Alvarez) limitou-se a ser veículo para um dos episódios mais vergonhosos do jornalismo em democracia.

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