Coesão, estabilidade, seriedade
Tem sido um fartote de estabilidade e coesão desde que o "novo Governo" tomou posse. O estado de "remodelação permanente", uma inovação conceptual deste Governo, está a dar os seus frutos. Desde ministros que se desirrevogam a secretários de Estado que ocupam o cargo durante pouco mais de um mês, tem havido de tudo. Há quem resista. Os melhores, os mais resilientes, são os que conseguem mentir com maior descaramento. Aquele briefing com Pedro Lomba e Joaquim Pais Jorge, um épico de vergonha alheia como há muito não se via, foi verdadeiramente assassino. A Pais Jorge, o vendedor de swaps criminosos, faltam a graça e o desplante de Maria Luís e de Passos Coelho. O seu problema não foi ter tentado vender um produto que mascarava a dívida pública. Nem sequer ter mentido. Foi ter mentido tão mal, tão atabalhoadamente, de forma tão incompetente, que não restou a Miss Swaps outra hipótese senão deixá-lo cair. Não sem antes encenar mais um golpe mediático, acusando a Visão e a SIC de terem forjado um documento - como se prova no vídeo acima, mais uma mentira forjada por Maria Luís. Entretanto, e para completar o ramalhete e colocar uma cereja em cima do pífio espectáculo que vem sendo encenado, o inefável Marco António Costa (em tempos delfim do presidente de uma das câmaras mais endividadas do país, Vila Nova de Gaia) veio acusar o governo de Sócrates de não ter mandado prender o secretário de estado nomeado pelo governo PSD/CDS e que tinha acabado de se demitir. Um primor de alta política, um cúmulo qualquer de desfaçatez, porventura inalcançável. Sócrates recusou a proposta do swap mas, claro, é o culpado pela nomeação de Pais Jorge, assim como pela nomeação do seu parceiro de venda, Gonçalo Martins Barata, para a administração das Águas de Portugal. É tão evidente, não é? Enquanto isso, o mentiroso mor, Passos Coelho, vai tomando uma prainha lá para os lados dos Algarves e Maria Luís vê os holofotes serem desviados durante algum tempo das suas próprias mentiras. Não duvidemos: é esta a estabilidade que Cavaco defende, em desfavor da democracia. Uma maravilha.