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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Vergonha e esquecimento

Sérgio Lavos, 12.08.13

 

O que diriam os americanos se fosse construída uma estátua de Bin Laden no centro de Nova Iorque? O que diriam os holandeses se fosse construída uma estátua de Hitler no centro de Amesterdão? O que dirão os portugueses se for construída uma estátua de um reconhecido terrorista de extrema-direita, apoiante de regimes fascistas como o de Salazar e o de Franco, autor moral de dezenas de atentados bombistas que provocaram várias mortes logo a seguir ao 25 de Abril - enquanto apoiante do ELP e do MDLP, a organização terrorista liderada pelo general Spínola* -, e suspeito da morte do padre Max? Se esses portugueses forem vereadores do PS no município de Braga, dirão que é uma excelente ideia e votarão a favor da implementação dessa estátua, um voto em sentido contrário aos do PSD e do CDS, que ou votaram contra ou abstiveram-se. Este voto favorável envergonha qualquer português que preze os valores democráticos e deveria envergonhar ainda mais um partido que mantém a palavra socialista no nome. A estátua, erguida à socapa por um grupo de saudosistas do fascismo numa rua de Braga, é um símbolo do esquecimento que vai tomando conta do país. A estátua do cónego Melo merece o mesmo tratamento dado ao padre Max - cuspir nela é pouco. A memória da noite negra do fascismo não pode ser apagada. 

 

*Corrigido.

 

Adenda: entretanto a estátua já teve o tratamento que merecia, como se pode ver na fotografia retirada do Público.