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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Senhor Chico Esperto, um empresário português

Daniel Oliveira, 26.08.06


Foto de Sérgio Granadeiro/Expresso

«EU PESCO a mais. E só não pesco ainda mais quando não posso». António Silva Vieira, o armador português com maior número de barcos de pesca longínqua, não tem por regra respeitar quotas de capturas.
Por feitos destes não só entrou na lista negra da UE como lhe chamam «pirata». «Pirata, não! Corsário», afirma em entrevista ao EXPRESSO. Nos seus barcos é «o presidente da República». Tem outro princípio - «Morrer e pagar são para retardar» - que aplica a certas contribuições para o Estado. Tranquilo, procurando a ironia, arranja uma justificação para os seus barcos navegarem com documentos desactualizados: «Não gosto de deitar fora documentação antiga».
(Expresso)

De forma mais descarada ou mais envergonhada, mais moderada ou mais desbragada, mais fanfarrona ou mais recatada, é este o espírito do empresário português: tentar não cumprir a lei, tentar não pagar as dívidas (sobretudo ao Estado), tentar safar-se de qualquer obrigação para com os funcionários e ser lá na empresa um pequeno ditador. Não nos faltam patrões e chicos-espertos. Empresários é que temos poucos. O problema não é, em Portugal, Estado a mais, regras ambientais a mais, leis laborais a mais. É ainda e apenas a selvajaria e o analfabetismo empresarial. Depois há as excepções.

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