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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Economia mista, como está na Constituição

João Rodrigues, 22.07.10
“Freitas defende nacionalizações se ‘golden shares’ e vetos do Governo falharem.” Infelizmente, o artigo que Freitas do Amaral escreveu para a Visão não parece estar disponível online. Fica o resumo do Negócios. Este artigo levou-me a um outro, da autoria de Nicolau Santos, já com umas semanas e que me tinha escapado. Intitula-se “O papel do Estado na economia” e resume bem tudo o que tem estado em jogo:

“O caso PT/Telefónica coloca em cima da mesa a questão central do papel do Estado na economia, que muitos querem reduzir à função assistencialista dos pobres e desvalidos do progresso. Viu-se na recente crise que, se não fosse o Estado (i.e., o dinheiro dos contribuintes), inúmeros bancos privados se teriam afundado sem remissão. Que depois disso os mercados façam pagar a esses mesmos Estados (i.e., aos cidadãos), com língua de palmo, os apoios à banca e à economia, é de uma revoltante hipocrisia. Como ficou provadíssimo, os mercados são muito imperfeitos e as empresas estão muito longe de se autorregular. O Estado deve, por isso, ser um regulador forte e impiedoso e, ao mesmo tempo, controlar sem medo nem hesitações algumas empresas e áreas de atividades que considera estratégicas para o país. De outro modo, será o poder do dinheiro e dos mais fortes a mandar em tudo e todos. Ora, esse poder só tem um interesse: o seu. E uma divisa: privatizar lucros, socializar prejuízos. E isso é intolerável.”

O tema da privatização da República, a que já aqui aludi, tem de entrar no debate presidencial. Manuel Alegre escolheu o campo da defesa dos bens comuns e da constituição, assente numa economia mista e numa visão exigente dos direitos de cidadania, onde se incluem os direitos sociais e laborais, claro. E Cavaco, não diz nada? Afinal de contas, estamos no último estádio de um ciclo de privatizações iniciado precisamente pela nociva economia política do cavaquismo. É este ciclo que tem de ser travado e revertido.

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