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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Dar o corpo ao manifesto

Daniel Oliveira, 14.04.08

Dar o corpo ao manifesto

Daniel Oliveira, 29.03.08

Vitória moral

Daniel Oliveira, 10.03.08
Através de vários comentários e deste post descubro que o objectivo do PP não era vencer as eleições. Era ter um honroso segundo lugar. A melhor votação de sempre à custa da bipolarização que, na realidade, beneficiará, no futuro, mais o PSOE do que o PP, sem partidos relevantes à sua direita. E que a Igreja, ao apelar ao voto no PP, não queria Zapatero e as suas reformas de laicização de Espanha fora do poder. Ou então a nossa direita está a ganhar aquele velho hábito de achar que mesmo quando se perde ganha-se. A arte é olhar para os dados que interessam. Zapatero foi reeleito e ainda aumentou de votos e de deputados, estando menos dependente dos aliados. O PP aumentou de votos e de deputados mas isso de pouco lhe serve: vai ficar mais quatro anos na oposição. Alguém tem dúvidas que o PP venceu? Rajoy ainda não parou de festejar e a Igreja já mandou os fiéis pagar promessas.

Espanha

Daniel Oliveira, 10.03.08
PSOE: 43,6% - 169 (+5)
PP: 40,1% - 153 (+5)
CiU: 3% - 11 (+1)
EAJ-PNV: 1,2% - 6 (-1)
ERC: 1,2% - 3 (-5)
IU: 3,2% - 2 (-3)
BNG: 0,8% - 2 (0)
CC-PNC: 0,6% - 2 (-1)
UPyD: 1,2% - 1
NA-BAI: 0,2% - 1 (0)

Correcções ao post anterior sobre o assunto: a margem acabou por ser mais pequena e o PSOE cresceu sobretudo à custa da esquerda.

Uma das principais derrotadas de ontem: a Igreja Católica espanhola. Fez oposição activa a Zapatero e envolveu-se na campanha apelando ao voto no PP. Perdeu.

Uma lição

Daniel Oliveira, 09.03.08

Mesmo que não concorde com tudo, de uma coisa não tenho dúvidas: quando comparado com os restantes partidos socialistas e social-democratas da Europa Zapatero governou claramente à esquerda. E se compararmos com Sócrates, então...

Pois bem: todas as sondagens à boca das urnas dizem que Zapatero ganhou folgado.

Em 2004 o PSOE elegeu 164 deputados, o PP 148, a CiU 10, a ERC 8, o PNV 7 e a IU 5.

A sondagem da Cuatro diz que o PSOE elege agora de 168 a 173, o PP de 145 a 149, a CiU de 9 a 10, a ERC 6, o PNV de 6 a 7, a IU 4 e a UPyD de 0 a 1. A sondagem da A3 diz que o PSOE elege de 163 a 166, o PP de 149 a 152, a CiU de 10, a ERC de 6 a 7, o PNV 7, a IU de 4 a 5 e a UPyD de 1 a 2. A sondagem da TVE diz que o PSOE elege de 172 a 176, o PP de 148 a 152, a CiU de 9 a 11, a ERC de 3 a 4, o PNV de 6 a 7, a IU de 2 a 3 e a UPyD 1. A sondagem da Telecinco diz que o PSOE elege de 172 a 178, o PP de 142 a 147, a CiU de 9 a 11, a ERC de 4 a 5, o PNV de 6 a 7 e a IU de 3 a 5. Segundo as sondagens o PSOE tem de 43,3% a 45% e o PP de 36,9% a 38%.

Fica a lição: não é preciso guinar à direita para vencer eleições e um governo de esquerda pode conquistar o centro.

Viva la muerte!

Daniel Oliveira, 08.03.08
Não querendo ficar atrás dos terroristas islâmicos, os terroristas da ETA mataram, no último dia de campanha, um vereador socialista. A tiro. Em frente à sua mulher e à sua filha. Não sei o que pretendiam. Beneficiar o PP, trazendo o assunto do processo negocial para a memória dos eleitores e provando a suposta fraqueza de Zapatero? Beneficiar o PSOE, criando uma vítima ? Punir o PSOE pelo fim das negociações? Não parece que seja nada tão elaborado, numa organização sem cúpula política. Mais prosaico: mostrarem que existem na sua absoluta imoralidade; que seja deles que se fala antes do voto;  que seja por causa deles que se decide o voto. Assim fazem a sua prova de vida os criminosos políticos: com morte.

Ganhou Zapatero

Daniel Oliveira, 04.03.08



Vi, na TVE, o debate entre Zapatero e Rajoy, ganho, sem qualquer dúvida (as sondagens confirmam), pelo líder socialista. Apesar de se repetir ali um mal que aqui encontramos - o enumerar de uma interminável lista de propostas avulsas e consensuais que substituem o debate político mais profundo - não podemos deixar de ficar deprimidos se fizermos comparações. Não falo, claro, de comparações entre Rajoy e Luís Filipe Menezes. Por respeito pelo comparado, não se compara nada com Menezes. Mas se compararmos Sócrates a Zapatero também não ficamos animados.

Comparações à parte, e regressando a Espanha, Zapatero ficou hoje mais próximo da vitória. O discurso de Rajoy sobre a imigração ultrapassa o aceitável numa direita que se queira civilizada. Sobre a comportamento do governo em relação à ETA, a demagogia é absoluta. Talvez funcione a favor de Rajoy. Em relação ao Iraque (lá é tema) foi Zapatero que brilhou com facilidade. Na economia, o PP vende uma receita que não pega: o que é bom é herança, o que é mau é de Zapatero. Num debate com demasiados gráficos e números, demasiados pormenores e temas, Zapatero ganhou por ser menos agressivo e por ter qualquer coisa para dizer sobre o futuro, o que não parece ser o caso de Rajoy. A declaração final de Rajoy tentou ser emotiva mas soou mal. A de Zapatero foi mais eficaz.

Aqui o debate completo.