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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Esclarecedor

Daniel Oliveira, 28.04.08
Público: Mas para que serve estar perto do poder? Para atrair clientes, para ter influência?
António Cunha Vaz: Eu nunca disse a um cliente meu: "Olhe que sou muito amigo do dr. Menezes, e, quando ele estiver no governo, faço isto e aquilo."
Público: Não disse, mas eles podem pensar isso.
António Cunha Vaz: Já agora! Não os posso impedir de pensar, ou posso?
Público: O interesse de trabalhar com políticos tem a ver com isso.
António Cunha Vaz: Também tem a ver com isso. O importante é a percepção que se cria nas pessoas. O mercado vai atrás de quem? Das empresas ganhadoras. Mas é claro que dá alguma sensação poder dizer: "Ó Sócrates, recebes-me aí o Manuel Joaquim amanhã?"
Público: Mas para além desse prazer pessoal, isso pode trazer benefícios aos seus clientes.
António Cunha Vaz: Eles não me pagam mais por isso. Mas abre portas.

Governo Sócrates e uma visão muito particular da democracia

Daniel Oliveira, 30.03.08
«Em 2005, fui ao Congresso do PSD e apresentei uma moção onde me disponibilizei para ajudar o PSD a ter uma oposição mais activa em relação ao Governo. O congresso teve lugar no fim-de-semana e na segunda-feira, logo de manhã, fui chamado ao gabinete do ministro Manuel Pinho, que me comunicou que todos os contratos com a GS estavam cancelados a partir daquele momento.»
António Borges ("Público" de hoje)

Novo questionário para noivos

Daniel Oliveira, 25.03.08

Na despedida de solteiro, todos os convidados/todas as convidadas pediram factura ao/à stripper?
Alguma das damas de honor tinha um tatoo não autorizado?
O arroz que foi atirado aos noivos chegou à igreja devidamente embalado?
O bolo dos noivos foi preparado com colher de pau?
Algum dos empregados de mesa no copo de água era imigrante? Verificou se tinha autorização de trabalho?
Durante o copo de água algum convidado fumou em zona não autorizada?
Algum dos convidados conduziu depois de excesso de consumo de álcool?
Na noite de núpcias verificou se o seu marido/a sua mulher usavam piercing nos genitais?

A ler

Daniel Oliveira, 26.12.07
«O salazarismo económico está de boa saúde e recomenda-se. A maioria dos grupos económicos prospera à sombra do Estado e depende deste. A rapaziada sai destes grupos para fazer a sua comissão de serviço no Estado e regressa às empresas como se fosse a coisa mais normal do mundo: em Janeiro negoceia-se em nome do Estado uma qualquer concessão e em Fevereiro regressa-se à empresa. Existem, com certeza, contratos entre o Estado e empresas privadas que só por vergonha não têm a mesma assinatura nos dois lados do documento. Promiscuidade já não é a palavra indicada: indecência é a palavra certa.»
Pedro Marques Lopes

Público vs Privado

Daniel Oliveira, 23.12.07

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Um dos grandes problemas das empresas estatais é que, estando suejeitas à pressão política, não premeiam o mérito. Ao contrário do que acontece em qualquer empresa privada, escolhem para administradores pessoas sem currículo nem preparação, apenas porque são de um determinado partido político. Numa empresa privada, porque tem de pensar no lucro dos seus accionistas, tal seria impossível.

Um exemplo. Ao contrário do que aconteceu há uns anos na Caixa Geral de Depósitos - que nomeou para a sua Administração um dirigente socialista que tinha como única experiência bancária ser funcionário de balcão numa dependência da CGD em Mogadouro e nenhuma preparação económica ou financeira -, aos accionistas de um banco como o Millenium/BCP nunca lhes passaria pela cabeça oferecer um lugar relevante a alguém sem preparação, apenas por essa pessoa ser do PS. A banca estatal é prejudicial para economia: é dirigida por clientela política, faz favores e ajuda os amigos em vez de se dedicar aos seus negócios.

Vamos salvar as bactérias

Daniel Oliveira, 21.12.07
Alguns comentadores perguntam-se se não estarei a ir na onda da moda de ataque à ASAE? Até podem ter razão. É fácil gozar com quem se dedica a inspeccionar colheres de pau e empadas. E perguntam se não é importante haver um organismo que trate de cuidar do que comemos? É claro que é. Só tenho, na realidade, dois problemas com a ASAE: desigualdade de tratamento e excesso de zelo.

Ainda estou à espera de ver os senhores da ASAE a entrarem no McDonalds ou na Pizza Hut. Gostava de os ver a chatear o peixe graúdo. Por que até agora só têm metido com a sardinha e com o carapau. E, no entanto, é bem mais difícil sabermos o que se esconde num hambúrguer produzido industrialmente do que num arroz de cabidela. A porcaria caseira conhecemos nós.

Se tentarmos que tudo fique limpinho à nossa volta acabaremos a comer todos o mesmo. E isto tem consequências económicas. Quando as regras são em excesso os pequenos produtores vão à vida. Quando se proibiram os saudosos galheteiros acabou-se com a possibilidade de um bom restaurante tradicional ter azeite de um pequeno produtor local. Aumentaram-se os custos de produção sem que os riscos o justificassem. Aliás, a fúria normativa europeia que mede a maçã e legisla sobre tripas tem tido esta consequência: mandar borda fora os pequenos produtores. Além do risco de ficarmos todos a comer tão mal como os desgraçados da Europa do Norte, perdemos a pequena economia que, quando a coisa corre pior, é o que salva muitas famílias.

A vida não é segura. Corremos riscos quando vivemos. E corremos riscos quando comemos: o que não mata engorda, já diz o bom povo. Entre o mínimo de fiscalização das condições de higiene e segurança alimentar e a fúria da brigada da Bola de Berlim há um meio termo: o do bom senso. Deixem-nos por isso alguma badalhoqueice. Porque o excesso de saúde prejudica gravemente o prazer.

Index ASAE

Daniel Oliveira, 20.12.07
Todos os dias, antes de comer, consulte este comunicado de imprensa da ASAE, escrito para contrariar alguns exageros que por aí são espalhados sobre esta instituição.

Bola de Berlim

"Deve ser proveniente de um estabelecimento aprovado para a actividade desenvolvida" e "protegida de qualquer forma de contaminação".

Colher de pau

Deve estar "em perfeito estado de conservação" e "os inspectores da ASAE aconselham os operadores a optarem pela utilização de utensílios de plástico ou silicone".

Castanhas assadas em papel de jornal ou impresso

«O decreto-lei que regulamenta o exercício da venda ambulante, refere que na embalagem ou acondicionamento de produtos alimentares só pode ser usado papel ou outro material que ainda não tenha sido utilizado e que não contenha desenhos, pinturas ou dizeres impressos ou escritos na parte interior.»

Azeite

«O azeite posto à disposição do consumidor final, como tempero, nos estabelecimentos de restauração, deve ser embalado em embalagens munidas com sistema de abertura que perca a sua integridade após a sua utilização e que não sejam passíveis de reutilização, ou que disponham de um sistema de protecção que não permita a sua reutilização após o esgotamento do conteúdo original referenciado no rótulo.»

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Bolo rei com brinde

«É permitida a comercialização de géneros alimentícios com mistura indirecta de brindes, desde que este se distinga claramente do alimento pela sua cor, tamanho, consistência e apresentação»

Rissóis e empadas

«Para os estabelecimentos onde se efectuam operações de manipulação, preparação e transformação de produtos de origem animal, onde se incluem os rissóis e empadas, é necessária a atribuição de número de controlo veterinário, a atribuir pela Direcção-Geral de Veterinária.

Tudo isto só se aplica a estabelecimentos que existam oficialmente.