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Arrastão: Os suspeitos do costume.

A coisa a meio

Daniel Oliveira, 15.03.08
Não gosto da exposição pessoal dos dirigentes políticos. Prefiro não saber nada e sei que fico sempre sem saber nada. A exposição do lado pessoal e "humano" dos políticos é sempre uma encenação. E é irrelevante para a sua avaliação política. Mas quando o resolvem fazer mais vale que o façam bem. Não digo com sinceridade (impossível e sem sentido), mas com algum à vontade. Se as coisas se fazem, que se façam para alguma coisa.

Olhando para Sócrates e para Menezes, não ficam dúvidas: ou porque é mais afável ou porque se sente melhor neste registo, Menezes tem muito mais talento neste terreno do que Sócrates. Ao aceitar entrar neste jogo Sócrates escolheu o único campeonato em que está em desvantagem. Uma das poucas coisas que gosto em Sócrates é a reserva que mantém da sua vida privada. Por isso, melhor seria que tivesse mantido o registo anterior.

Aqui ficam as entrevistas, na íntegra, de Sócrates e Menezes:


Zero de política

Daniel Oliveira, 14.03.08

Lá fui ver a entrevista a a Luís Filipe Menezes que está disponível online. Sondagens, Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Rio, sondagens, Manuela Ferreira Leite, António Capucho, regulamentos internos, sondagens. Situação do país? Propostas? Umas frases soltas inócuas, contraditórias e ditas à pressa. Quem quer agradar ao mesmo tempo aos liberais e à CGTP não pode dizer nada de muito coerente.

Por culpa própria e pela situação interna do partido, Menezes só consegue ser líder da oposição à oposição interna do partido. Não é candidato a primeiro-ministro. Mas não deixa de ser interessante como todos os que lhe fazem oposição interna não se chegam à frente e esperam por melhores circunstâncias políticas. Assim é fácil. E anoto, por fim, a firmeza de Judite de Sousa, contrastante com a dócil entrevista que fez à Ministra da Educação.

O Sporting é que nos lava a alma

Daniel Oliveira, 13.03.08

Estava dividido. O que ver? A entrevista íntima de Sócrates, a entrevista de Menezes (com ele todas são íntimas) ou a segunda parte do jogo Sporting? De Menezes desisti antes de começar, que esta semana já ri o que chegue. Fiquei em Sócrates e garanti depressão para uma semana. Bolas, o homem está mesmo em baixo! Desmarquem as manifestações antes que ele tenha um esgotamento. Se aquilo é o registo informal, venha a formalidade. Concedo que até disse duas coisas interessantes. Mas foram duas citações. Acabei por regressar ao Sporting. E ainda bem. Haja alegrias nesta vida.

Só coerência

Daniel Oliveira, 04.12.07
O executivo da Câmara de Lisboa foi obrigado a aceitar um acordo para evitar o chumbo do empréstimo. Menos 100 milhões de euros do que o previsto. Numa piroreta cómica, foi o PSD que apresentou a proposta para depois se abster. O PSD substitui 14 dos seus 23 deputados municipais eleitos directamente que teimavam em não embarcar nesta irresponsabilidade.

Assim, o Presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia (a segunda mais endividada do país) decidiu quanto podia a Câmara Municipal de Lisboa pedir emprestado para pagar dívidas pelas quais o PSD é o principal responsável. Isto, uns dias depois do número dois de Menezes em Gaia e novo líder do PSD/Porto, Marco António Costa, ter dito que caso seja aprovada uma nova lei eleitoral será apresentado «um pacto a todos os candidatos a deputados no distrito do Porto para poderem "dispensar a disciplina de voto do partido nacional quando estiverem em causa os interesses da sua região".»



Lisboa é governada a partir de Gaia. Pelo homem que jurou guerra aos sulistas. Se isto acontecesse ao contrário nem quero imaginar os gritos de revolta que por aí se ouviriam. Pois está na altura de serem os lisboetas a exigir que a sua cidade seja governada por quem elegeram e não por uma direcção partidária sem qualquer sentido de coerência e vergonha.