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Arrastão: Os suspeitos do costume.

Os tentáculos do polvo BPN chegam ao actual Governo?

Sérgio Lavos, 28.03.12

A Comissão Europeia até pode autorizar a venda do BPN ao BIC por um valor irrisório. A comissão de inquérito constituída pelos partidos do centrão até pode servir de cortina de fumo para todo o processo do banco do cavaquismo. Mas quer-me parecer que a procissão ainda vai no adro, a julgar por este post no Câmara Corporativa.

 

"A fazer fé no que se dizia no Jornal de Negócios (artigo reproduzido na íntegra aqui) de 26 de Janeiro de 2011, “a Finertec é detida pelo Banco Fiduciário Internacional, constituído em 2002 em Cabo Verde. Do conselho de administração da Finertec fazem parte algumas personalidades ligadas ao PSD, como António Nogueira Leite e Miguel Relvas.

Hoje, o Jornal de Negócios relata que um dos investigadores do BPN disse em tribunal o seguinte:




Aliás, parece que as autoridades de Cabo Verde se depararam com o mesmo problema, tendo instaurado processos de contra-ordenação a administradores do Banco Insular, detido pelo BPN, e do Banco Fiduciário Internacional.

Em face do exposto, ainda que mal pergunte:

        • Miguel Relvas, que é agora ministro da propaganda, e Nogueira Leite, que faz parte da actual administração da CGD, continuam a integrar o conselho de administração da Finertec, grupo que é detido, segundo o 
Jornal de Negócios
      , pelo Banco Fiduciário Internacional?
      • No âmbito da investigação ao BPN (e, segundo o investigador ouvido em tribunal, ao Banco Fiduciário Internacional), Miguel Relvas e Nogueira Leite serão chamados a depor na comissão parlamentar de inquérito acabadinha de nascer (e, se não for muita maçada, igualmente em tribunal)?"

Psicopatologia da vida política portuguesa

Sérgio Lavos, 29.02.12

 

   

             A mentira compulsiva.                                  A neurose delirante.   

 

  

              A alucinação psicótica.                                   A esquizofrenia.

 

                    

                                O transtorno de múltipla personalidade. 

 

Não temais: o pior ainda está para vir.

A culpa irá morrer desavergonhadamente solteira

Sérgio Lavos, 17.09.11

 

Apesar dos lamentos de Passos Coelho sobre a "gravidade" da situação na Madeira, da gentil  lembrança do PR e da "análise" da Procuradoria-Geral da República, não tenho dúvidas de que nada vai acontecer a Alberto João Jardim, nem dentro do seu partido - a retirada da confiança política, como deveria ser - nem fora - a hipótese de alguma vez ser provado o crime de "dolo" com dinheiros públicos é risível. E toda a gente encara a impunidade com a maior das levezas, sabendo que o curso dos acontecimentos desemboca sempre em nada. A falência do país será coisa de pouca importância- moralmente, estamos falidos há muito.

A realidade é uma cena que a mim não me assiste

Pedro Sales, 23.08.11

 

 

Carlos Moedas foi hoje ao Parlamento dizer que Governo aumentou de forma brutal o IVA da energia porque os investidores suspiravam pela harmonização fiscal com o resto da Europa. Imagina-se a fila de investidores, em frente ao ministério das Finanças, a exigir pagar mais 17% pela energia para reforçar a competitividade das empresas. Agora mais a sério, como se fosse possível perante uma afirmação destas, nem no Inimigo Público se lembrariam de um "argumento" tão delirante como este.

 

(Imagem retirada daqui)

 

Já não postava um texto de Manuel António Pina há algum tempo

Sérgio Lavos, 10.08.11

"Começam a perceber-se as misteriosas razões que terão levado 2 159 742 portugueses a votar em Passos Coelho.

 

O eleitorado português tem sido repetidamente elogiado pela prudência e sensatez. Tirando a parte, humana, demasiado humana, da lisonja, resta o que é talvez fundamental, que os portugueses não gostam de surpresas e votam no que conhecem. E há que admirar a sua intuição: votando em Passos Coelho, o jovem desconhecido vindo do nada, que é como quem diz da JSD e de uns arrufos com a dr.ª Ferreira Leite, votaram no mesmo de sempre, na incomensurável distância que, em política, vai do que se diz ao que se faz.

 

E, pedindo ajuda a O'Neill, o eleitorado "tinh' rrazão": disse Passos Coelho que era um disparate afirmar-se que tributaria o subsídio de Natal e foi a primeira coisa que fez mal chegou ao Governo; que não mexeria nos impostos sobre o rendimento e idem aspas; que iria pôr o Estado em cura de emagrecimento e o "seu" Estado só tem engordado de adjuntos, assessores, "especialistas" (e até de "superadjuntos" e "superespecialistas"); agora foi de férias "para recuperar algum tempo do [seu] papel enquanto marido e pai" depois de ter anunciado que "o Governo não gozará férias" dada a necessidade de, "com rapidez", "traduzir os objectivos (...) que estão fixados em políticas concretas".

 

Estou em crer que o eleitor português típico, se tal coisa existe, nunca votaria num político imprevisível."

 

(No lugar de sempre.)

Também eu me insurjo contra a ostentação do anterior Governo

Sérgio Lavos, 06.08.11

O polvo

Sérgio Lavos, 02.08.11

 

Havia quatro potenciais compradores do BPN. O governo PSD/CDS, através de uma Caixa Geral de Depósitos recheada de novos boys dos dois partidos, quer negociá-lo em regime de exclusividade com o BIC, cujo presidente é Mira Amaral, antigo ministro de um dos clientes mais famosos do BPN, Cavaco Silva. Para além dos 40 milhões que o BIC afirma ir pagar, metade dos funcionários irão ser despedidos. Entretanto, um dos compradores que foram preteridos, o NEI, vem dizer que nunca fez uma oferta que fosse inferior a 100 milhões de euros (sim, 60 milhões mais do que é proposto pelo BIC), e que a proposta seria sempre vantajosa para os trabalhadores. Excluído à partida, este grupo de investidores vem falar agora de uma luta de David contra Golias. Julgo que ninguém poderá ter dúvidas sobre a natureza deste negócio. A história do BPN é uma mafiosa pescadinha de rabo na boca, um vaivém criminoso entre PS e PSD que rapinou ao Estado (que somos nós, não esquecer isto) incontáveis milhões. Fundado por figuras do PSD, ligadas aos governos de Cavaco Silva, fez crescer a fortuna de muitos durante os anos de bonança financeira, recorrendo a empresas fictícias offshore e a ilegalidades várias. Quando estava prestes a afundar-se, o governo PS decide esbanjar erário público na sua recuperação, dando razão ao ditado: o crime compensa. E o círculo completa-se, já com o PSD no poder, com a venda, aparentemente ruinosa para o Estado, a uma instituição financeira ligada a outra figura do PSD cavaquista, Mira Amaral. Portugal há muito que se tornou uma metástase da Sicília, e ninguém parece interessado em acabar com a doença. Só não vê quem prefere não ver. E em terra de cegos...